O Tribunal da Cidade de Moscou condenou Ilya Sachkov, fundador do provedor de segurança cibernética Group-IB, a 14 anos de prisão por “traição do Estado”. A sentença foi confirmada nesta quarta-feira, 26, pela agência de notícias americana Associated Press, alguns dias depois que a promotoria do estado russo pediu ao tribunal que impusesse uma sentença de 18 anos de prisão ao empresário.
“O tribunal considerou Sachkov culpado de acordo com o artigo 275 do Código Penal da Rússia e o sentenciou a 14 anos de prisão, a ser cumprida em uma colônia penal de regime estrito”, escreveu o juiz Alexander Rybak em sua sentença.
Sachkov foi preso em 29 de setembro de 2021, acusado de ter passado informações contendo segredos de Estado para espiões estrangeiros. Ele negou a acusação e ouviu calmamente o veredito em uma jaula de vidro no tribunal. O empresário ajudou a fundar o Group-IB, que já foi uma das empresas de segurança digital mais proeminentes da Rússia e que este ano anunciou que cortou relações com o país.
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Desde que surgiram as acusações, Sachkov renunciou ao cargo no Group-IB, com sede na Rússia, e vendeu sua participação na filial internacional do grupo, agora com sede em Cingapura. Ele ainda tem participação na empresa, que continuará operando sob a marca F.A.C.C.T. Os principais bancos e empresas russas, incluindo os administrados pelo Estado, estão entre os clientes da empresa.
O advogado de Sachkov, Sergei Afanasyev, disse à agência de notícias russa Interfax na sexta-feira passada, 21, que as acusações contra ele não estão relacionadas às atividades do Grupo-IB. Seu julgamento foi realizado a portas fechadas, o que é uma prática convencional para julgamentos por traição, e pouco se sabe publicamente sobre o caso contra ele.
O Group-IB confirmou em um comunicado que tem “total confiança na inocência de Sachkov. Enquanto ele permanecer preso injustamente, continuaremos a enfrentar a injustiça e operar nossos negócios com a mesma missão em mente — lutar contra o cibercrime”.