A expansão da Inteligência Artificial (IA) e da Inteligência Artificial Generativa (GenAI) estão causando um aumento expressivo no consumo de energia, colocando os Data Centers no centro de uma iminente crise energética. Segundo a consultoria Gartner, a demanda por eletricidade desses centros pode crescer até 160% nos próximos dois anos. A empresa alerta que, até 2007, 40% dos atuais data centers de IA poderão enfrentar restrições operacionais devido à falta de energia.
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De acordo com Bob Johnson, vice-presidente do Gartner, a construção acelerada de Data Centers em larga escala para sustentar os avanços da GenAI está pressionando os sistemas de fornecimento de energia de forma insustentável: “A demanda crescente por energia está ultrapassando a capacidade dos provedores de expandirem suas redes. Isso pode levar a uma escassez significativa, dificultando a criação de novos Data Centers”, afirmou. Estimativas indicam que, em 2027, o consumo energético desses centros atingirá 500 terawatts-hora (TWh) anuais, mais que o dobro do registrado em 2023.
Além de pressionar os sistemas de energia, o cenário deve impactar os custos operacionais. O Gartner prevê que a escassez de energia resultará em aumentos expressivos nos preços, o que será repassado aos operadores de Data Centers e, consequentemente, aos fornecedores e usuários de aplicações de IA. “Empresas precisam revisar suas estratégias, negociando contratos de longo prazo para energia e considerando tecnologias alternativas que reduzam a demanda energética”, aconselha Johnson.
Outro impacto significativo será nas metas globais de sustentabilidade. Para suprir a crescente demanda de curto prazo, fornecedores de energia estão recorrendo a usinas de combustíveis fósseis, comprometendo os esforços para reduzir emissões de carbono. Segundo o Gartner, a geração de energia 24/7, essencial para os Data Centers, ainda depende fortemente de fontes como hidroelétricas, nucleares e térmicas. A longo prazo, avanços como reatores nucleares compactos e baterias de íon de sódio poderão aliviar essa dependência, mas não no ritmo necessário para acompanhar a expansão atual.
Diante disso, o Gartner recomenda que empresas desenvolvam estratégias mais eficientes no uso de recursos energéticos, como a adoção de tecnologias de edge computing e modelos de IA menores, que demandam menos energia. Além disso, reavaliar metas de sustentabilidade e buscar soluções energéticas de menor impacto ambiental serão medidas cruciais para equilibrar inovação e responsabilidade ambiental.