Um relatório da Cyble apontou a descoberta de 70 vulnerabilidades em sistemas de controle industrial, com base nos últimos alertas da CISA. Entre os problemas identificados, seis foram classificados como críticos, 20 como de alto risco e 44 como de risco médio. As falhas afetam cinco setores estratégicos: energia, saúde, água, infraestrutura comercial e manufatura, evidenciando uma contradição alarmante: quanto mais crítica a infraestrutura, mais exposta ela parece estar.
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Um dos casos mais graves envolve a Rockwell Automation, onde componentes do Veeam e do VersaVirtual Appliance permitem a execução remota de códigos por atacantes com privilégios elevados. A ameaça se agrava pela existência de um exploit público. Outro exemplo preocupante vem da Hitachi Energy, com vulnerabilidades em subestações elétricas que possibilitam desde injeção de código até campanhas de phishing, através de falhas nos elementos de requisição e de diretório.
Câmeras industriais da Inaba Denki Sangyo também estão na lista, com senhas fracas e brechas no sistema de visualização de dados. Isso pode permitir invasões, roubo de credenciais e controle direto dos dispositivos. Diante desse panorama, a Cyble destaca que nenhuma solução única resolve o problema: é necessária uma estratégia de defesa em múltiplas camadas.
A empresa recomenda medidas como monitoramento contínuo dos alertas regulatórios, segmentação de redes, uso de política de confiança zero, gestão rigorosa de atualizações e testes de segurança regulares. Também enfatiza a importância de treinar funcionários na identificação de ameaças, especialmente phishing, e manter planos de resposta a incidentes sempre atualizados.
O recado final é claro: a resiliência das infraestruturas críticas depende de ações coordenadas e proativas. Em um cenário onde os ataques se tornam mais sofisticados e frequentes, confiar apenas em soluções pontuais ou em correções reativas pode sair caro demais.