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Facebook vai rotular mídias estatais da Rússia, China e Irã

O Facebook vai passar a rotular mídias russas e chinesas e outras controladas por governos e bloquear qualquer anúncio desses meios direcionado a usuários dos EUA, informa a rede social. O rótulo será aplicado à agência de notícias russa Sputnik, à Press TV do Irã e ao site Xinhua News da China, de acordo com uma lista parcial fornecida pelo Facebook. A empresa aplicará o rótulo em cerca de 200 páginas, inicialmente.

Por enquanto, a rede social diz que não rotulará nenhuma empresa de notícias com sede nos EUA, já que os órgãos administrados pelo governo americano têm independência editorial, segundo Nathaniel Gleicher, chefe da política de segurança cibernética do Facebook, em entrevista à Reuters.

O Facebook, reconheceu que fracassou em impedir o uso pelo governo russo de suas plataformas para interferir nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA, por isso intensificou suas defesas e impôs novos requisitos de transparência para páginas e anúncios em suas plataformas.

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No ano passado, a empresa havia anunciado plano de criar um rótulo de mídia estatal, mas só agora está introduzindo a medida devido a críticas sobre o tratamento dado a notícias falsas (fake News) e às acusações raciais do presidente dos EUA, Donald Trump.

A nova medida ocorre apenas alguns meses antes das eleições presidenciais americanas, marcada para novembro.

Segundo Gleicher, o Facebook não usará o rótulo para meios de comunicação de personalidades políticas ou partidos, apesar do risco de forçarem os “limites, pois são um terreno muito escorregadio”. “O que queremos fazer é começar com o caso mais crítico”, disse ele.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, disse a repórteres durante um briefing diário em Pequim na sexta-feira, 5, que as empresas de mídia social não devem criar seletivamente obstáculos para as agências de mídia. “Esperamos que a plataforma de mídia social relevante possa deixar de lado o viés ideológico e manter uma atitude de aceitação em relação ao papel da mídia de cada país”, afirmou.

Em comunicado, o Sputnik pediu aos governos “que regulem o Facebook quando tentar suprimir a liberdade de expressão, inspirada nos EUA”.

O Facebook não é a primeira empresa a tomar tal medida. O YouTube, de propriedade do Google, em 2018 começou a identificar canais de vídeo predominantemente de notícias, que são financiados por governos. Mas os críticos afirmam que o YouTube não conseguiu rotular algumas agências de notícias estatais, o que lhes permitiu obter receita com anúncios de vídeos contendo desinformação e propaganda.

Em uma postagem no blog da empresa, o Facebook disse que o rótulo aparecerá em páginas em todo o mundo, bem como em posts do feed de notícias nos EUA.