Executivos da Equifax vendem ações logo após descoberta da invasão

Quando o noticiário anuncia que a gasolina vai subir, o que faz todo mundo que tem carro? Corre no posto e enche o tanque para não perder dinheiro. E quando alguém descobre que o motor do carro vai fundir logo? Vende o carro. E quando sabe que o preço das suas ações da Equifax vai despencar depois que o público souber da invasão de hackers no banco de dados da companhia? Vende as ações, é óbvio.

Não está provado se é esse o caso, mas três altos executivos da Equifax venderam um total de US$ 1,8 milhão das ações que tinham da companhia. Isso aconteceu nos dias 1 e 2 de Agosto, segundo registro da SEC (equivalente à Comissão de Valores Mobiliários nos EUA) enquanto a invasão foi descoberta no dia 29 de Julho. Os vendedores foram o diretor de finanças (CFO), John Gamble (recebeu US$ 946.374); o presidente da área de Soluções para os EUA, Joseph Loughran, que vendeu US$ 584.099; e o presidente de Consumer Information Solutions, Rodolfo Ploder, que faturou US$ 250.458. O mesmo registro indica que Loughran exerceu sua opção de compra de mais 3 mil ações a US$ 33,60 cada.

As ações da Equifax caíram 13% no dia do anúncio da invasão.

Segundo o portal Market Watch, executivos que vendem ações das empresas onde trabalham costumam programar essas vendas informando a SEC por força da regra 10b5-1, criada justamente para evitar suspeitas de ‘insider information’. Neste caso não houve programação nem informação prévias conforme manda a 10b5-1. Ines Gutzmer, chefe de comunicação corporativa da Equifax, disse ao jornal londrino Guardian que os executivos venderam uma pequena parte do total de ações em seu poder e que não tinham conhecimento da invasão no momento em que fizeram as vendas.

Será?

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