Europol prende quadrilha que aplicava golpes com criptomoedas

Da Redação
29/03/2022

A polícia europeia prendeu mais de 100 pessoas depois de realizar várias operações para desarticular uma organização criminosa que aplicava golpes em investidores envolvendo altas cifras em criptomoedas. Apoiada pela Europol, a Polícia da Letônia (Valsts Policija) e a Polícia da Lituânia (Lietuvos Policija) invadiram três call centers na semana passada. Os investigadores disseram que os call centers estavam sendo usados pela mesma gangue que fraudou vítimas em todo o mundo.

Cerca de 200 falsos corretores usavam os call centers para ligar para as vítimas com oportunidades de investimento lucrativas, muitos delas relacionadas a fraudes envolvendo Bitcoin, bem como o comércio de moeda estrangeira e commodities. Os “agentes” do call center falavam inglês, hindi, russo e polonês, o que sugere a nacionalidade da maioria das vítimas.

Estima-se que o grupo tenha faturado até € 3 milhões (cerca de US$ 3,3 milhões) por mês com esses golpes, segundo a Europol. As operações policiais resultaram em 80 prisões na Letônia e outras 28 no vizinho báltico da Lituânia. Dinheiro, contas bancárias, veículos de luxo e € 95 mil em criptomoeda foram apreendidos, afirmou a Europol.

O órgão de polícia transnacional disse que seus especialistas do Centro Europeu de Crimes Financeiros e Econômicos e do Centro Europeu de Crimes Cibernéticos foram enviados à Letônia e à Lituânia para ajudar as autoridades locais durante os dias da ação, de 24 a 25 de março, informa a Infosecurity.

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Por muitos anos, os golpes aplicados por falsos call centers têm sido um importante gerador de dinheiro para criminosos cibernéticos e fraudadores. No ano passado, a Proofpoint alertou para um aumento nas atividades maliciosas, com algumas vítimas enganadas em dezenas de milhares de dólares.

Esses chamados golpes de suporte técnico podem começar com um telefonema não solicitado ou um e-mail que solicita que o usuário ligue para um número. O malware é então baixado remotamente para o dispositivo do usuário por um “agente” de serviço, sob o pretexto de ajudar a corrigir um problema inexistente com a máquina.

A última apreensão europeia difere um pouco desse tipo de golpe porque as vítimas foram levadas a investir em esquemas inexistentes.As perdas com fraudes em investimentos aumentaram no ano passado. De acordo com o FBI, elas já são  a segunda maior forma de geração de dinheiro para os cibercriminosos, custando às vítimas quase US$ 1,5 bilhão em 2021.

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