Um novo relatório do Departamento de Defesa dos Estados Unidos afirma que as atividades cibernéticas maliciosas da China predispõem preparativos do país asiático para um potencial conflito militar com os EUA. Intitulado “Estratégia Cibernética de 2023”, o relatório destaca que essas atividades maliciosas chinesas tem atuado em prol da Rússia “como um meio de combater o poder militar dos EUA e degradar a capacidade de combate da força conjunta [ocidental]”.
O relatório observa ainda que a China se envolveu em campanhas prolongadas de espionagem cibernética, roubo e comprometimento contra infraestruturas críticas dos EUA, incluindo a Base Industrial de Defesa (DIB). No caso de uma guerra, o Departamento de Defesa acredita que a China provavelmente lançará ataques cibernéticos destrutivos contra o país para dificultar a mobilização militar, semear o caos e desviar a atenção e os recursos.
O documento enfatiza também as ameaças cibernéticas representadas aos EUA e seus cidadãos por outros Estados-nação, como Coreia do Norte e Irã, bem como organizações criminosas transnacionais com motivação financeira. Esses grupos criminosos são frequentemente alinhados a Estados-nação, ameaçando cada vez mais a segurança nacional dos EUA, afirma o relatório.
Como resultado dessas ameaças, o Departamento de Defesa disse que as operações no ciberespaço são indispensáveis para a força militar e dissuasão integrada dos EUA e seus aliados. O órgão definiu quatro estratégias que prosseguirá para fazer face às ciberameaças atuais e futuras:
1. Defender a nação
O Departamento de Defesa planeja identificar atividades cibernéticas maliciosas nos estágios iniciais de desenvolvimento do planejamento e trabalhar com outras agências para divulgar essas informações e ajudar as organizações a defender melhor seus sistemas.
Outras iniciativas incluem trabalhar com órgãos da lei para interromper os grupos operadores de ameaças e degradar seus ecossistemas de apoio, bem como desenvolver uma abordagem abrangente para a proteção e recuperação de elementos críticos da DIB.
2. Prepare-se para lutar e vencer as guerras da nação
O Departamento de Defesa disse que promoverá operações no ciberespaço entre aliados para obter vantagens informacionais e militares, além de dissuadir adversários de tomar ações coercitivas contra os EUA.
Também aumentará as medidas defensivas da Rede de Informações do Departamento de Defesa (DODIN), que contém dados de tecnologia da informação de missão crítica e sistemas de armas. Isso inclui a modernização de algoritmos criptográficos em sistemas de armas, links de dados e redes.
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3. Proteja o domínio cibernético com aliados e parceiros
O Departamento de Defesa visa desenvolver capacidade e a capacidade de aliados e parceiros e expandir as vias de cooperação cibernética. Isso envolve iluminar a atividade cibernética maliciosa em suas redes e reforçar o comportamento responsável do Estado, incentivando a adesão ao direito internacional e às normas cibernéticas internacionalmente reconhecidas.
4. Construa vantagens duradouras no ciberespaço
Reformas institucionais são necessárias no Departamento de Defesa para obter vantagens de longo prazo no ciberespaço, de acordo com o relatório. Entre as abordagens a serem buscadas estão a otimização da organização, treinamento e equipamento das Forças de Operações do Ciberespaço e das Forças Cibernéticas retidas em Serviço. O órgão também espera que todos os militares em serviço sejam responsáveis por exercer a consciência cibernética e gerenciar o risco cibernético.