A Kaspersky, a China Mobile e a China Telecom passaram a constar da “Lista de Equipamentos e Serviços Cobertos pela Seção 2 da Lei de Redes Seguras” da FCC (Federal Communications Commission, órgão egulador de telecomunicações dos EUA) desde sexta-feira dia 25 de Março: a lista contém “equipamentos e serviços de comunicação (Lista Coberta) que são considerados como um risco inaceitável para a segurança nacional dos Estados Unidos ou a segurança e proteção de pessoas nos Estados Unidos”. A lista foi aberta um ano atrás com cinco empresas da China: Huawei, ZTE, Hytera, Hikvision e Dahua e inclui não só as empresas como suas subsidiárias e afiliadas.
Veja isso
Eugene Kaspersky responde ao governo da Alemanha
EUA bate pesado na Kaspersky
A inclusão da Kaspersky nessa lista não é exatamente uma surpresa: em 2017, uma ordem presidencial durante o governo de Donald Trump proibiu o uso de produtos da empresa dentro em departamentos do governo dos EUA e de suas agências. Em termos práticos, segundo comunicado da FCC, “as entidades que constam da ‘Lista Coberta’ da Comissão estão proibidas de receber apoio por meio do Fundo de Serviço Universal da agência. A decisão da FCC de adicionar essas três entidades é apoiada por recomendações de agências do Poder Executivo responsáveis pela segurança nacional dos EUA”. O chefe da agência, Brendan Carr, disse estar “satisfeito que nossas agências de segurança nacional concordaram com minha avaliação de que a China Mobile e a China Telecom pareciam atingir o limite necessário para adicioná-las à nossa lista. Sua adição, assim como da Kaspersky Labs, ajudará a proteger nossas redes contra ameaças representadas por entidades apoiadas pelo Estado chinês e russo que buscam se envolver em espionagem e prejudicar os interesses dos Estados Unidos”.
Carr acrescentou que “à medida em que continuamos nosso trabalho para proteger as redes de comunicação da América, estou confiante de que teremos mais entidades para adicionar à nossa Lista”.
A Kaspersky respondeu na sexta-feira a essa ação com o seguinte comunicado:
A Kaspersky está desapontada com a decisão da Federal Communications Commission (FCC) de proibir que certos subsídios federais relacionados às telecomunicações sejam usados para comprar produtos e serviços da Kaspersky. Esta decisão não se baseia em nenhuma avaliação técnica dos produtos Kaspersky – que a empresa defende continuamente – mas está sendo tomada por motivos políticos.
A Kaspersky sustenta queas proibições de 2017 do governo dos EUA sobre entidades federais e contratados federais de usar os produtos e serviços da Kaspersky eram inconstitucionais, com base em alegações infundadas, e careciam de qualquer evidência pública de irregularidades por parte da empresa. Como não há evidências públicas para justificar essas ações desde 2017, e o anúncio da FCC se refere especificamente à determinação de 2017 do Departamento de Segurança Interna como base para a decisão de hoje, a Kaspersky acredita que a expansão de hoje de tal proibição em entidades que recebem serviços de telecomunicações da FCC com subsídios é igualmente infundado e é uma resposta ao clima geopolítico e não uma avaliação abrangente da integridade dos produtos e serviços da Kaspersky.
A Kaspersky continuará a garantir a seus parceiros e clientes a qualidade e integridade de seus produtos e continua pronta para cooperar com agências governamentais dos EUA para atender às preocupações da FCC e de qualquer outra agência reguladora.
A Kaspersky fornece produtos e serviços líderes do setor para clientes em todo o mundo para protegê-los de todos os tipos de ameaças cibernéticas e declarou claramente que não tem vínculos com nenhum governo, incluindo o da Rússia. A empresa acredita que a transparência e a implementação contínua de medidas concretas para demonstrar seu compromisso duradouro com a integridade e confiabilidade de seus clientes são fundamentais.
A lista da FCC está em “hxxps://www.fcc.gov/supplychain/coveredlist”