Nos últimos anos, o National Reconnaissance Office (NRO), uma das agências de espionagem dos EUA, tem acelerado o lançamento de satélites, movimentando-se de uma fase de testes para uma fase operacional. Até recentemente, a agência não reconhecia publicamente os satélites que possuía no espaço, mas agora, com o lançamento de dezenas de novos satélites nos últimos meses, a NRO se posiciona como peça chave no fornecimento de informações críticas para o Pentágono (Departamento de Defesa) e para a comunidade de inteligência. Até o final de 2024, a expectativa é de que 100 satélites estejam em órbita, como parte dessa nova constelação.
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O diretor do NRO, Christopher Scolese, destacou que esses satélites são parte de uma arquitetura proliferada, projetada para fornecer imagens de alta resolução da Terra em tempo real. Ele explicou, em um evento do Center for Strategic & International Studies, que essa constelação permitirá monitoramento constante de qualquer ponto do globo. Segundo Scolese, “Agora você não pode se esconder porque está sendo constantemente observado”. Esse avanço marca uma transição para missões de coleta de dados em tempo real, após anos de lançamentos de satélites de demonstração.
A nova rede de satélites da NRO está sendo desenvolvida com o objetivo de fornecer dados de forma mais rápida e em maior volume do que nunca. A constelação deverá continuar a se expandir até 2028, com a meta de quadruplicar o número de satélites em órbita na próxima década. Segundo um porta-voz da NRO, a proliferação desses satélites permitirá uma cobertura sem precedentes e uma capacidade de coleta de dados significativamente maior. A agência pretende entregar essas informações aos seus usuários, incluindo os militares, com mais eficiência.
No entanto, com o aumento no número de satélites e na quantidade de dados gerados, a NRO enfrenta o desafio de gerenciar essa arquitetura proliferada. De acordo com Scolese, a solução para lidar com esse fluxo massivo de informações virá do uso de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina. Essas tecnologias serão essenciais para ajudar na operação dos satélites e na análise dos dados, permitindo que a agência mantenha a eficácia de sua rede de vigilância global.
Além dos esforços do NRO, a Agência de Desenvolvimento Espacial também está construindo sua própria constelação de satélites, chamada de Arquitetura Espacial Proliferada de Combate. Essa rede, que deverá começar a operar em breve, será voltada para fornecer capacidades de vigilância e comunicação diretamente para as tropas americanas, ampliando a presença espacial dos EUA.