Robert O’Brien, consultor de segurança nacional, afirmou haver evidências de que a Huawei tem capacidade secreta de acessar informações em seus sistemas
O governo americano diz agora ter evidências de que a Huawei criou um backdoor que permite acessar redes de telefonia móvel em todo o mundo. As informações foram publicadas ontem pelo Wall Street Journal. “Temos evidências de que a Huawei tem capacidade secreta de acessar informações confidenciais e pessoais nos sistemas que mantém e vende em todo o mundo”, disse Robert O’Brien, consultor de segurança nacional, de acordo com a reportagem.
Funcionários do governo disseram que o backdoor da Huawei era conhecido desde 2009, e foi descoberto nos primeiros equipamentos de telecomunicações móveis 4G desenvolvidos na época. Apesar disso, os funcionários não forneceram nenhuma evidência para apoiar suas afirmações, informa o jornal. Os EUA mantiveram as informações classificadas até 2019, quando autoridades de segurança nacional forneceram detalhes dos recursos de backdoor da Huawei a aliados, incluindo o Reino Unido e a Alemanha, em um esforço para convencer esses países a proibir equipamentos Huawei em suas redes 5G. Matthew Pottinger, vice-consultor de segurança nacional dos EUA, viajou para Berlim em dezembro de 2019 para compartilhar as informações com altas autoridades alemãs, diz a reportagem.
A Huawei negou as alegações de um backdoor, dizendo que nunca acessará secretamente redes de telecomunicações e não possui a capacidade de fazê-lo. “Não temos a capacidade de contornar o controle de acesso das operadoras e extrair dados de suas redes sem ser detectado por todos os firewalls ou sistemas de segurança normais”, disse um porta-voz da empresa.
O pesquisador independente de segurança cibernética Lukasz Olejnik disse numa entrevista à Wired que são necessários mais detalhes sobre a suposta backdoor antes de tirar conclusões. “Sabemos que formas de interceptação legal são uma característica de todas as gerações das especificações de telecomunicações celulares. Mas não está claro a que autoridades a história do Wall Street Journal se refere exatamente”, diz Olejnik.