Relatório publicado pelo Atlantic Council chamado “Aviation Cibersecurity – Scoping the Challenge” aponta risco crescente causado pelo aumento da complexidade no cenário, incluindo os regulamentos e melhores práticas

A aviação tem um problema grave de cibersegurança e ele está longe, bem longe de ser resolvido. A conclusão está num relatório do Atlantic Council chamado “Aviation Cibersecurity – Scoping the Challenge”, que acaba de ser publicado. O Atlantic Council é uma organização norte-americana fundada em 1961, que opera no estilo ‘think tank’, focada em assuntos internacionais e que serve como fórum para líderes políticos, empresariais e intelectuais internacionais. O estudo argumenta que esses “data centers voadores” altamente complexos estão cada vez mais em risco de problemas técnicos ou ciberataques, que podem levar a acidentes, eventualmente com a perda de vidas.
O setor de aviação, afirma o estudo, ainda precisa descobrir como incorporar a segurança cibernética nas estruturas de responsabilidade de governança para segurança de vôo e segurança, assim como de TI corporativa. O gerenciamento de riscos da cadeia de suprimentos também apresenta vários desafios. Separadamente, uma pesquisa com 244 executivos do setor, realizada em conjunto com o relatório, encontrou “profunda preocupação” com a eficácia e clareza dos regulamentos e normas atuais de segurança cibernética, bem como ansiedade de que o setor não possuísse padrões globais e estivesse caminhando para um ambiente regulatório fragmentado.
Os autores do estudo recomendam que o setor se mobilize em torno de uma estratégia de cibersegurança desenvolvida pela Organização Internacional de Aviação Civil Internacional (ICAO), lançada em outubro. Não é apenas a indústria que está alerta. Uma força-tarefa federal dos EUA composta por representantes dos Departamentos de Defesa, Transporte e Homeland Security divulgou uma Estratégia Nacional para Segurança da Aviação no início deste ano, enfatizando a necessidade de proteger os sistemas de computadores de aeronaves contra “tecnologias disruptivas” e ataques cibernéticos.
Pelo lado comercial, uma das maiores conferências de hackers do mundo, a Def Con, agora conta com a ‘Aviation Villages’, onde pesquisadores de segurança e a indústria da aviação podem se encontrar e colaborar em questões de segurança cibernética. Agências governamentais como a Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura do DHS se envolvem cada vez mais nesses eventos, ao mesmo tempo em que oferecem um conjunto de serviços e avaliações de segurança para diferentes interessados nesse setor.
Com agências internacionais