A China está coletando e reunindo grandes quantidades de dados para apoiar operações de influência e de inteligência por meio de empresas privadas, que depois as vendem para instituições estatais. A descoberta foi anunciada pelos pesquisadores e professores Christopher Balding e Robert Potter, da Fulbright University, no Vietnam, que estudaram o vazamento de dados de 2,4 milhões de pessoas e instituições de todo o mundo de uma empresa chinesa. O vazamento contem não só nomes, como também endereços e nomes de filhos, de gente que a China considera alvos para uma variedade de propósitos. Segundo o artigo publicado pelos pesquisadores, esses interesses vão desde influência política até propriedade intelectual. A autoria do artigo é dividida com “Et. Al.”, que se refere a pessoas cuja identidade não será revelada.
A amplitude dos dados, segundo o artigo, é impressionante: há informações tanto sobre pessoas públicas e notáveis quanto sobre pessoas desconhecidas mas ligadas a uma instituição, supostamente para melhor monitorá-las e saber como exercer influência sobre elas quando necessário.
Veja isso
Grupo hacker chinês atualiza kit de malware para espionagem
Espionagem de 70 mil celulares do Brasil à venda na dark web
Os dados, segundo os autores, estão em poder da empresa Shenzhen Zhenhua, e parecem estar sendo usados para apoiar as operações chinesas de inteligência, militares, de segurança e de guerra de informações, com a seleção de alvos de influência. “Os dados abrangem uma ampla gama de dados públicos e não públicos com classificações e classificações de indivíduos e instituições destinadas a auxiliar analistas chineses”, afirma Balding em seu relatório de pesquisa. Segundo ele, a empresa também fornece análises de big data, bem como outras funcionalidades para dar suporte a analistas militares e de inteligência chineses: “Indivíduos e instituições em democracias liberais abertas precisam de maior compreensão e direitos de privacidade com base na guerra de informação assimétrica que está sendo conduzida pelo Partido Comunista Chinês e inteligência de segurança do estado”, diz o pesquisador.
O artigo explica que os dados se referem a indivíduos e instituições estrangeiras. O artigo se concentra em descrever os “contornos dos dados, como eles parecem ter sido coletados e como são provavelmente usado por clientes da empresa”. Por razões de segurança, dizem os autores, não são revelados nomes de indivíduos e outras informações importantes que podem apresentar vários tipos de riscos de segurança.
Com agências internacionais