El Salvador se torna a partir desta terça-feira, 7, o primeiro país do mundo a adotar o bitcoin como moeda fiduciária. Em outras palavras, moeda oficial, aceita em contabilidade e em pagamento de impostos. Com isso, o presidente Nayib Bukele diz que será impulsionado o “desenvolvimento econômico” e haverá economia de cerca de US $ 400 milhões em comissões pagas em remessas internacionais. No entanto, especialistas temem que o principal efeito seja a transformação do país numa grande lavanderia de dinheiro.
Agências de classificação de risco rejeitam a decisão “histórica” de El Salvador, como Bukele a definiu. O banco central se recusou em junho passado a ajudar o país na introdução do bitcoin como moeda fiduciária, destacando os riscos à transparência e ao ambiente da atividade econômica no país. A Moody’s rebaixou a nota de crédito do país, enquanto alguns analistas alertam que a “cripto-reviravolta” da economia pode colocar em risco um pedido de empréstimo de US$ 1 bilhão solicitado ao Fundo Monetário Internacional.
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A lei que instituiu a criptomoeda foi aprovada em junho passado e exige que comerciantes e empresas aceitem a criptomoeda como forma de pagamento, em condição de equivalência com a outra moeda oficial do país, o dólar norte-americano.
Cidadãos e empresas continuam céticos quanto à mudança implantada pelo governo, olhando com desconfiança para a moeda digital. Uma pesquisa da Universidade Centro-americana citada pela BBC revelou que apenas 4,8% dos 1.281 entrevistados sabiam o que era e como funcionava o bitcoin, enquanto 68% se disseram contra a legalização da criptomoeda. Outras pesquisas realizadas pela Câmara de Comércio, segundo a BBC, mostraram que mais de 80% dos entrevistados são hostis à moeda porque a consideram muito volátil.
Com agências de notícias internacionais