Num relatório sigiloso para o CISO Advisor, o pesquisador de segurança brasileiro Renato Basante Borbolla contou que informações produzidas recentemente pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTec, todas relacionados às suas vacinas contra a covid-19, estão sendo expostas num canal do Telegram frequentado por cibercriminosos brasileiros e de outro países.
As informações estão em documentos e também em imagens de telas compartilhadas online pelos cibercriminosos. Uma das imagens mostra claramente a estrutura em árvore de um diretório de armazenamento de dados, com 11 subdiretórios cujos nomes sugerem a qualificação e a finalidade dos documentos. Entre os arquivos compartilhados há 21 imagens de documentos, duas apresentações em formato PPTX, 15 arquivos de texto em formato compatível com o MS Word, mais oito documentos em PDF. Segundo o pesquisador, o material tem origem provavelmente na invasão feita em dezembro à Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
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A exposição relatada hoje pelo pesquisador Renato Basante Borbolla inclui documentos que descrevem com detalhes até mesmo os frascos que contêm as doses de vacina. Um dos documentos expostos pelos cibercriminosos, com cerca de 230 mil caracteres, tem a data de 26 de novembro de 2020, o que coincide com o período em que a EMA denunciou a invasão.
Segundo informou em janeiro a EMA, parte desses documentos foi manipulada e alterada para finalidades ainda não determinadas. Ainda em dezembro, logo após a comunicação dos vazamentos, os pioneiros em vacinas Pfizer, BioNTech e Moderna divulgaram declarações reconhecendo que os documentos relacionados aos seus envios de vacinas covid-19 para a EMA haviam sido acessados. Existem ali também respostas a solicitações de informações da Food and Drug Administration, o órgão regulador de medicamentos dos EUA.