O Brasil já tem mais de 1,5 milhão de domínios registrados no Brasil com a proteção da tecnologia DNSSEC (Domain Name System SECurity extensions), anunciou ontem o NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR). A organização informou também ter atingido mais uma marca histórica, ultrapassando os 5 milhões de nomes registrados com o domínino de alto nível “br”. “Chegar a essa marca expressiva é motivo de grande orgulho para nós, não apenas porque remete à expansão da Internet no Brasil, uma história da qual temos participado ao longo dos anos, mas por demonstrar a confiança dos brasileiros no trabalho que realizamos”, comenta Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br.
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O “.br” ocupa a 5ª posição entre os “domínios de topo para código de país” (ccTLD ou country-code Top Level Domain) mais populares do mundo. O Brasil está entre os primeiros países a implementar DNSSEC e o resultado é visível: “É uma demonstração de que a comunidade está atenta à segurança. A extensão DNSSEC assegura que o conteúdo do DNS (Domain Name System ou Sistema de Nomes de Domínio) é corretamente validado, impedindo ataque à resolução de nomes e garantindo a origem das informações. Ou seja, o DNSSEC contribui para evitar a alteração maliciosa de dados do DNS em diversos tipos de transações como, por exemplo, serviços financeiros”, destaca Frederico Neves, diretor de Serviços e de Tecnologia do NIC.br.
“Estamos sempre atentos às sugestões que contribuam para ampliar a diversidade de nossas categorias de domínios, contemplando um número cada vez maior de áreas de atuação, iniciativas e serviços”, acrescenta Getschko.
O funcionamento do.br provê acesso direto e segurança ao usuário, bem como alternativas para que um nome registrado tenha semântica embutida. Há mais de 130 opções, cobrindo os mais variados setores e atuações específicas. Pode-se escolher, por exemplo, entre “ong.br”, “art.br”, “eco.br”, ou, para profissionais, entre “bio.br”, “adv.br”, “adm.br”, “med.br”, “eng.br”. Pessoas jurídicas tem “agr.br”, “far.br”, “tv.br”, “tur.br”, pessoas físicas “blog.br”, “vlog.br”, “wiki.br”, e quem preferir se identificar localizadamente, cidades como “rio.br”, “manaus.br”, “cuiaba.br”, “floripa.br”, “foz.br”, por exemplo.
Como vantagem adicional, o.br oferece recursos de segurança como autenticação em duas etapas (token), e resolução segura de DNS (Sistema de Nomes de Domínio) e criptografia através do DNSSEC, que ajudam a adicionar uma “camada extra” de proteção ao usuário em relação aos riscos de roubo de informações ou alteração de dados. O Registro.br conta com servidores distribuídos por todo o Brasil e no exterior (Estados Unidos, Europa e Ásia), que garantem rapidez e confiabilidade na resolução de nomes de domínio.br.
O domínio “.br” já existia antes mesmo de se estabelecer a conexão brasileira à Internet: no dia 18 de abril de 1989, Jon Postel (IANA), responsável pela atribuição de domínios de topo, delegou o “.br” ao grupo que operava redes acadêmicas na Fapesp. Inicialmente o “.br” foi usado para identificar as máquinas do ambiente acadêmico; os registros eram poucos e feitos manualmente.
Em fevereiro de 1991, com o acesso à Internet já estabilizado no Brasil, foi definida uma estrutura de nomes sob o “.br”, contemplando os subdomínios “gov.br”, “com.br”, “net.br”, “org.br” e “mil.br” — a exemplo dos domínios norte-americanos existentes à época. A partir da expansão da rede no país para o público em geral, em fins de 1994, o “.br” passou a crescer rapidamente: de 851 domínios registrados em 1995, alcançava mais de 7.500 nomes no mês de dezembro de 1996. O processo passou a ser automatizado e a marca de 1 milhão de domínios foi atingida em 2006, uma década depois.
A partir de então, o crescimento se deu em ritmo mais acelerado. Quatro anos após, em 2010, a quantidade dobrou. O feito se repetiu em 2012, quando o número de domínios.br bateu a casa dos 3 milhões. Em 2018, mais 1 milhão de registros foram incorporados. Em 2022, em seu 33º ano de existência, o.br chegou aos 5 milhões. Dados de consultoria especializada apontam que, em junho de 2022, aproximadamente 7 de cada 8 domínios registrados por brasileiros são.br, uma preferência raramente igualada em outros países.