Pesquisa mostra de que 91% dos profissionais de cibersegurança nos EUA, Reino Unido, Canadá, Índia, Austrália e Holanda são do sexo masculino. Estudo também constatou uma grande disparidade racial
A diversidade de gênero e raça e o estresse dos profissionais de segurança cibernética ainda são desafios para empresas no mundo todo. Pesquisa encomendada pela Exabeam, fornecedora de soluções de gerenciamento e correlação de eventos de segurança (SIEM, na sigla em inglês), para avaliar salários, habilidades e estresse dos profissionais de segurança, com base em uma pesquisa global com 479 executivos dessa área, revela que as mulheres continuam subrepresentadas.
Entre os analistas de segurança entrevistados nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Índia, Austrália e Holanda 91% eram do sexo masculino, o que representa uma persistente disparidade de gênero na segurança cibernética. Além disso, o levantamento também constatou uma grande disparidade racial, com afro-americanos representados por menos de 3% dos entrevistados na pesquisa. Do número total de entrevistados, a maioria, ou 65%, foi identificada como caucasiana. As pessoas de ascendência asiática representavam apenas 13% dos entrevistados, enquanto ainda menos (9%) eram latinas/hispânicas.
“A falta de diversidade nesta pesquisa é um microcosmo do problema mais amplo que afeta a indústria de segurança cibernética”, disse Trevor Daughney, vice-presidente de marketing de produtos da Exabeam. “Quando consideramos as ameaças contínuas e adversários externos que os profissionais cibernéticos enfrentam, entendemos que combatê-los geralmente requer uma abordagem multidisciplinar. Construir uma equipe diversificada de pessoas cria uma visão mais holística do problema e oferece uma variedade de habilidades valiosas para a solução de problemas. Dessa forma, a diversidade realmente melhora os resultados gerais da equipe.”
O dado positivo da pesquisa é que os empregos no setor de segurança mantêm estabilidade, já que quase a metade (41%) dos profissionais pesquisados tem uma carreira no setor há dez anos ou mais. Setenta e um por cento dizem que estão satisfeitos ou muito satisfeitos com seus empregos e responsabilidades, o que representa uma queda em relação a 2018, quando 83% dos entrevistados se diziam satisfeitos. Setenta e seis por cento se sentem seguros ou muito seguros na sua função atual, enquanto 78% dos participantes disseram que recomendariam uma carreira em segurança cibernética.
Os salários médios — que se mantiveram inalterados em 2018 — variaram em média entre US$ 75 mil e US$ 100 mil e cerca de metade, ou 53% dos entrevistados, relataram satisfação com sua remuneração, um aumento de 35% no ano passado. Curiosamente, 58% relataram que um ambiente de trabalho desafiador era o aspecto mais gratificante do trabalho, enquanto a falta de oportunidades de avanço era o menos gratificante.
Os participantes da pesquisa também indicaram que lutam contra o esgotamento e a fadiga. O levantamento verificou que trabalho do profissional de segurança está sendo exacerbado pela falta de habilidades e devido a enxurrada incessante de ameaças cibernéticas avançadas. Sessenta e dois por cento dos profissionais do setor citaram que seus empregos são estressantes ou muito estressantes e 44% não sentem que estão alcançando um equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Além disso, enquanto uma minoria de entrevistados (40%) estava procurando ativamente um novo emprego, mais da metade (51%) disse que seus motivos para isso eram uma remuneração insuficiente e uma liderança sênior que não dá apoio. Em relação às ferramentas, o estudo revela que os profissionais do Centro de Operações de Segurança (SOC) utilizam regularmente SIEM. Firewalls foram citados como as tecnologias mais comuns usadas, com WHOIS, NSLOOKUP, segurança de e-mail, sistemas de prevenção de intrusões e +NGF. Além disso, apenas 16% dos entrevistados estão usando automação. Por outro lado, 41% admitem não ter planos de usar a automação, apesar de 60% discordarem que a automação era uma ameaça aos seus empregos e 80% dizerem que a automação facilita seus trabalhos e melhora a segurança.