Investigação da imprensa europeia revela que serviço secreto da Dinamarca permitiu que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA acessasse um hub de internet e telecomunicações dinamarquês e espionasse as comunicações de políticos europeus. A investigação conjunta foi feita por algumas das maiores agências de notícias da Europa e revelada no domingo, 30.
A operação de espionagem, denominada Operação Dunhammer, teria ocorrido entre 2012 e 2014, com base em uma parceria secreta assinada pelas duas agências. O pacto secreto, assinado entre a NSA e o Serviço de Inteligência de Defesa Dinamarquês (Forsvarets Efterretningstjeneste – FE) permitiu que espiões dos EUA implantassem um sistema de interceptação de dados denominado XKeyscore na rede do Sandagergårdan, um importante hub de internet e telecomunicações na cidade de Dragor, perto de Copenhague, onde vários cabos submarinos importantes conectavam a Dinamarca — e a Europa continental — à península escandinava.
A NSA supostamente usou o XKeyscore para espionar o tráfego de internet fixa e móvel e interceptar comunicações como e-mails, chamadas, mensagens de texto SMS e mensagens de bate-papo enviadas para números de telefone e endereços de e-mail de políticos europeus.
A operação secreta foi encerrada abruptamente em 2014 depois que funcionários do governo dinamarquês souberam da colaboração da FE com a NSA-FE após os vazamentos de Edward Snowden. Autoridades dinamarquesas interromperam a operação depois de saberem que a NSA também havia espionado membros do governo dinamarquês.
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Vários oficiais de alto escalão da FE foram suspensos da agência no ano passado por seu envolvimento na operação, já que a lei dinamarquesa proíbe a agência de inteligência estrangeira de usar seus recursos para espionar internamente.
A notícia do escândalo vazou no fim de semana depois que jornalistas da emissora dinamarquesa DR tiveram acesso a um documento chamado Dunhammer Report, que continha os resultados da investigação do governo dinamarquês sobre o pacto secreto entre NSA e FE, e que foi apresentado a funcionários do governo dinamarquês em 2015.
Nas últimas semanas, a DR trabalhou com agências de notícias em toda a Europa, como as emissoras alemãs NDR e WDR, o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o jornal francês Le Monde, a emissora sueca SVT e a estação de televisão norueguesa NRK para desenterrar as vítimas dessa operação secreta de vigilância, que supostamente incluía altos funcionários de governos em toda a Europa Central e do Norte, incluindo a chanceler alemã Angela Merkel. Com agências de notícias internacionais.