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Corretora aposta no mercado de cyberseguros

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Cláudio Macedo Pinto
Especialista em análise de riscos de todos os tipos e com uma experiência de 30 anos na corretagem de seguros, Cláudio Pinto é o fundador da única corretora de seguros brasileira especializada em seguro para risco cibernético. Por enquanto as vendas ainda não alcançaram o patamar que ele gostaria. “Eu me sinto em geral como um fazendeiro e pastor ao mesmo tempo. Plantando agora para colher no futuro, e fazendo evangelização”, brinca. No entanto, Cláudio tem certeza de que está fazendo a aposta certa desde que abriu a empresa, no início de 2017.
As apólices que ele comercializa são um produto complexo mas podem representar a falência ou a sobrevivência de uma empresa que sofra um ataque cibernético: dados levantados pela IBM indicam que 60% das pequenas e médias empresas atacadas fecham no máximo em 24 meses. Algumas estatísticas indicam 72% de falências depois dos ataques. O cenário no Brasil é ruim. Cláudio diz que ocorrem 200 mil ataques diariamente.
A necessidade de um seguro está no fato de que o cliente nunca está 100% imune a um ataque, explica o empresário. Atualmente, segundo ele, sete seguradoras já oferecem cobertura desse tipo de risco: AIG, Zurich, XL Catlin, Generali, Travelers, Chubb e Allianz. As coberturas disponíveis são várias. As principais, segundo Cláudio:
  • Defesa
  • Investigação
  • Restituição de Imagem
  • Despesas Emergenciais
  • Pagamento de Extorsão
  • Notificação e Monitoramento
  • Lucros Cessantes
  • Conteúdo de Mídia

O atendimento do cliente começa com uma avaliação do seu risco. Para isso, ele tem de responder a um questionário com 65 perguntas, que abrangem não só os recursos de segurança já disponíveis na empresa, como também o tipo de dado processado ou armazenado, relações com clientes e fornecedores, e até o seu grau de conhecimento sobre os funcionários. O seguro oferece cobertura para responsabilidade civil (danos a terceiros) e também para os eventuais prejuízos sofridos pelo cliente, explica Cláudio. “A cobertura abrange custos de defesa, ou de despesas que ele teria em caso de ataque, isso incluindo o pagamento de resgate e as despesas diretas que o cliente tem, suas despesas iniciais com a mitigação de risco”, explica.Como os riscos são muito variados de uma empresa para outra, não há uma seguradora que cubra todos eles. “Há casos em que a cobertura necessária para o cliente envolve mais de uma seguradora”, acrescenta Cláudio. Em todos os casos, existe franquia de no mínimo 10% para cada cobertura.

Para a Clamapi, o ano de 2017 foi de apresentações e no de 2018 os negócios começaram. No entanto, a maior aposta de Cláudio é para 2019: “No ano passado a gente percebeu que as consultas foram mais por curiosidade, poucas empresas tinham ouvido falar desse seguro. Agora o movimento já é maior do que no ano passado, só que poucos tinham isso no orçamento. Agora as empresas querem a cotação e o custo para colocar no orçamento de 2019”, detalha.

Cláudio diz que infelizmente a maior seguradora é a “God Insurance”, ou seja Deus: “As pessoas acham que aquilo nunca vai acontecer com elas. Cyber é um risco invisivel. Se você tem carro blindado, isso diminui o risco de você ser assaaltado. Mas não elimina o risco porque em algum momento você sairá do carro. Mas no cyber é o contrario: a probabilidade de se sofrer um ataque nao é remota, é presente”, conclui.