Por Deivison Pinheiro Franco
Pesquisador e Consultor em Segurança da Informação
Membro da Sociedade Brasileira de Ciências Forenses
http://lattes.cnpq.br/8503927561098292
A grande maioria das fraudes ocorre em cartões sem chip – motivo pelo qual o país está passando por uma grande mudança/atualização do parque tecnológico e da infraestrutura computacional justamente para implantação do cartão com chip.
A tarja magnética dos cartões de crédito e/ou débito possui três trilhas para armazenamento de informações relacionadas ao cliente e ao emissor, assim dispostas: a primeira trilha contém o nome completo do dono do cartão, além do número de sua conta, identificação de formato e outros dados a critério do emitente. A segunda trilha é codificada com um esquema de 5 bits, com um total de 40 caracteres. Nessa trilha contém informações como data de validade, banco emitente, dados de formato, além de outros dados arbitrários. Essa trilha é a mais utilizada para transações financeiras de débito e/ou crédito. A terceira trilha é a menos utilizada e não apresenta informações relevantes.
Dessa forma, pode-se afirmar que a principal vulnerabilidade de cartões com essa tecnologia é que eles são fáceis de serem lidos e reproduzidos. Leitores de tarja magnética podem ser adquiridos a baixo custo, permitindo que fraudadores, de posse de um cartão original, leiam e copiem informações desse tipo de cartão, ou seja, quando acoplados a um leitor/gravador de tarja magnética (mais conhecido como chupa cabra) um fraudador pode clonar facilmente um cartão original em outro cartão PVC virgem.
O processo de clonagem é mais simples do que se pode imaginar. Porém, exige um arsenal de equipamentos que chegam a custar mais de 10 mil dólares. Nestes casos, o falsário não trabalha com materiais quaisquer e sim com réplicas quase idênticas aos cartões originais das operadoras mais variadas. Para fazer essa falsificação as quadrilhas utilizam impressoras de cartões, máquinas para criação de hologramas, impressão das letras em alto relevo e uma série de outros equipamentos.
Entretanto, esse tipo de quadrilha altamente especializada é mais frequente em países estrangeiros. No Brasil, o que se vê com frequência são as falsificações grosseiras. Muitos fraudadores aproveitam dos cartões magnéticos oferecidos em centros de diversão eletrônica de shoppings centers para reproduzir as trilhas magnéticas dos cartões originais.
Eis abaixo a descrição do aparato e do procedimental executado por um fraudador:
Básica e resumidamente o processo da fraude/clonagem de um cartão com tarja magnética dá-se da seguinte forma:
Figura 4 – Síntese do Processo de Clonagem de um Cartão com Tarja Magnética.
Diante do exposto, abaixo há uma comparação do cartão de um cliente de um determinado banco que utiliza apenas cartões com tarja magnética (figura 5).
Figura 5 – Comparação de um Cartão Clonado em PVC Virgem com o Cartão de um Cliente de um Banco que Possui apenas a Tecnologia de Tarja Magnética. a) Frente, b) Verso.