O ministro da Defesa, Celso Amorim, ressaltou ontem o quanto a defesa cibernética precisa ser desenvolvida a fim de proteger o país de eventuais situações de cobiça internacional, haja vista as diversas riquezas naturais e minerais do Brasil. “País pacífico não significa país indefeso. Nossa política é de cooperação para dentro e dissuasão para fora”, disse ao palestrar para estudantes, professores e pesquisadores durante abertura do XI Congresso Acadêmico sobre Defesa Nacional, nesta segunda-feira (11) na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ). Os principais temas abordados pelo ministro da Defesa foram cooperação com países sul-americanos, parceria com países da África, missões de paz e projetos estratégicos das Forças Armadas.
O ministro destacou projetos estratégicos em desenvolvimento no âmbito da Defesa, como o submarino a propulsão nuclear da Marinha, o blindado Guarani do Exército, os caças Gripen NG e os cargueiros KC-390 da Aeronáutica. “Temos que fortalecer nossa base industrial de Defesa para ter Forças Armadas autônomas”, acrescentou.
Também como exemplo de ações que contribuem para o fortalecimento da Defesa Nacional, Amorim citou a participação brasileira na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) – bem como no comando da Unifil, no Líbano, e na Monusco, no Congo. “Nossa força de paz no país caribenho tornou-se modelo e é alvo de estudos”, afirmou.
O encontro é realizado anualmente e reúne instituições de ensino civis e militares para debater pesquisas na área de Defesa Nacional, com o objetivo de estimular estudos sobre defesa e segurança no meio acadêmico.
Em sua palestra, o ministro Celso Amorim ressaltou que o debate em torno de temas de defesa e segurança tem interessado cada vez mais a sociedade civil. Segundo ele, a Lei de Acesso à Informação (LAI) permitiu mais integridade e transparência em temas que antes eram restritos. “A política de defesa é uma obra coletiva”, ressaltou.
Como exemplo da importância dessa integração, o ministro citou os exercícios conjuntos marítimos realizados com os países do bloco IBAS (Índia, Brasil e África do Sul). Sobre a América do Sul, o ministro defendeu a “ampla integração” do bloco, lembrando que a existência do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS) permite que as tensões sejam dirimidas.
Amorim defendeu ainda a criação de uma comunidade de paz e segurança no entorno e, nesse contexto, o desenvolvimento de uma Escola Sul-Americana de Defesa para formação e capacitação de civis e militares em temas de interesse dos países da América do Sul.
Congresso Acadêmico sobre Defesa Nacional
Realizado já há 11 anos, o Congresso Acadêmico sobre Defesa Nacional é voltado para estudantes de instituições de ensino superior. Este ano, participam alunos de cerca de 30 universidades, além de integrantes da Escola Naval, Aman e Academia da Força Aérea (AFA).
O encontro é organizado pela Secretaria de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto da Defesa (Sepesd) e vai até esta sexta-feira (15).
Além do ministro da Defesa, também Estiveram presentes na abertura do evento o comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto; do Exército, general Enzo Martins Peri; o chefe de Apoio Logístico da Aeronáutica, brigadeiro Hélio Paes de Barros Junior, representando o comandante da Força Aérea; e o comandante da Aman, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.