A pandemia de covid-19 levou a uma mudança significativa nas táticas de ataques empregadas pelos cibercriminosos, de acordo com o “Relatório de Cenário de Ameaças de Meio do Ano – 2020”, da Bitdefender, divulgado nesta terça-feira, 8.
Os hackers se concentraram fortemente nas questões relacionadas à pandemia para lançar ataques de phishing, ransomware e malware, bem como explorar a crescente dependência das pessoas de redes domésticas e das empresas de dispositivos de IoT no período de isolamento, aponta o estudo.
A Bitdefender também revelou que identificou um aumento de cinco vezes no número de relatórios com o tema coronavírus nas primeiras duas semanas de março, enquanto uma média de 60% de todos os e-mails recebidos eram fraudulentos, no período de abril a junho. No geral, uma média de quatro entre dez e-mails com o tema covid foram marcados como spam durante o primeiro semestre. Esses e-mails frequentemente se faziam passar por instituições governamentais, de saúde e financeiras para espalhar informações falsas, curas falsas e ofertas de equipamentos de proteção.
Como a mudança para o trabalho doméstico ocorreu devido às restrições impostas pela covid-19, os cibercriminosos adaptaram suas estratégias para se aproveitarem desse fenômeno. Isso incluiu o emprego de um novo ataque de sequestro de DNS (Sistema de Nomes de Domínio) direcionado a uma marca popular de roteadores domésticos que redirecionava as vítimas para sites que contêm malware. Além disso, os desenvolvedores de malware também procuraram rapidamente os aplicativos comumente usados por funcionários remotos, como a plataforma de videoconferência Zoom.
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Os relatórios de incidentes suspeitos relacionados a dispositivos de IoT aumentaram 46% no período de janeiro a junho, o que está relacionado ao fato de as pessoas ficarem muito mais em ambientes fechados durante o período de isolamento. Mais da metade (55,73%) das ameaças a redes IoT envolveram ataques de varredura de portas.
O ransomware foi outra modalidade de ataque particularmente popular nesse período, com um aumento anual de sete vezes.
O pesquisador de cibersegurança da Bitdefender, Liviu Arsene, avalia que os cibercriminosos continuarão aproveitando a pandemia para lançar ataques durante o restante do ano. “Se durante a primeira metade de 2020 os cibercriminosos foram explorando a pandemia com mensagens que prometem curas milagrosas e dispositivos ou equipamentos médicos destinados a proteger os usuários contra infecções, durante o segundo semestre provavelmente veremos invasores explorando as consequências econômicas e sociais da pandemia”, disse ele, em declaração à Infosecurity.
“O spam ou as mensagens fraudulentas provavelmente explorarão a mudança na maneira de interagir com os usuários das empresas públicas e privadas. Por exemplo, mensagens que afirmam ser de instituições financeiras solicitando aos clientes que atualizem seus dados pessoais e financeiros ou prometendo ajuda financeira, porque eles não podem mais fazer isso pessoalmente devido às restrições da covid-19”, finalizou Arsene.