Relatório é publicado anualmente durante o Fórum Econômico Mundial aponta também que os ataques cibernéticos que interrompem as operações e a infraestrutura aumentarão neste ano
A fragmentação digital e as ameaças cibernéticas estão entre os dez maiores riscos que as empresas globais enfrentarão na próxima década, de acordo com o último relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF). O Relatório Global de Riscos anual é compilado a partir de entrevistas com líderes empresariais, acadêmicos e outros, de todo o mundo.
Este ano, houve um forte foco nas preocupações ambientais, mas os riscos relacionados à segurança cibernética também tiveram forte destaque. No total, 76% dos entrevistados afirmaram que os ataques cibernéticos que interrompem as operações e a infraestrutura aumentarão neste ano, enquanto um número semelhante (75%) disse o mesmo sobre dados online e roubo financeiro.
Os ciberataques também foram colocados na tabela dos dez principais riscos em termos de probabilidade e impacto na próxima década, enquanto o roubo ou fraude de dados também atingiram patamar elevado.
O colapso da infraestrutura de informações também está entre os riscos de maior impacto nos próximos dez anos, refletindo a preocupação dos entrevistados em relação ao mundo online cada vez mais fragmentado, causado por rivalidades geopolíticas e padrões concorrentes.
O relatório do WEF apontou que as tecnologias da quarta revolução industrial (Indústria 4.0) trazem enormes ganhos para a sociedade e a economia global, mas trazem juntas riscos cibernéticos indesejados, à medida que a “superfície” de ataque cresce exponencialmente.
A computação quântica, redes 5G, computação em nuvem, inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT) foram destacadas como áreas de preocupação, assim como a falta de uma estrutura de cibergovernança global eficaz e unificada.
A fragmentação do mundo digital ameaça sufocar o desenvolvimento das tecnologias da Indústria 4.0 e agregará um custo extra às empresas, alerta o relatório.
“As empresas estão enfrentando o desafio de implementar os padrões de segurança cibernética para a Indústria 4.0, além de garantir a conformidade com regulamentos fragmentados sobre prestação de contas, transparência, preconceito e privacidade para desenvolver — ou simplesmente aplicar — as tecnologias”, prossegue o documento. “Como os líderes governamentais e corporativos compartilham igualmente a responsabilidade de promover a cibersegurança global e a confiança digital, a cooperação entre os setores público e privado é mais vital do que nunca em áreas como compartilhamento de informações, colaboração com agências policiais e desenvolvimento de habilidades e capacidades.”