O governo espanhol demitiu o chefe de espionagem, Paz Esteban, em meio a um duplo escândalo de invasão de telefone envolvendo o spyware Pegasus, disse nesta terça-feira, 10, o ministro da Defesa do país. O Pegasus é um programa criado pela empresa israelense de cibersegurança NSO Group, que tem como função invadir celulares para espionar pessoas e vendido para agências governamentais.
O Centro Nacional de Inteligência (CNI) que Esteban chefiou enfrentou controvérsia recentemente por supostamente usar o Pegasus para espionar líderes do movimento de independência catalã. O CNI também foi criticado por falhar em impedir que os telefones do primeiro-ministro Pedro Sanchez e outros funcionários fossem hackeados por uma entidade estrangeira não identificada usando o Pegasus.
A ministra da Defesa, Margarita Robles, afirmou que erros foram cometidos. “É claro que existem falhas de segurança e continuarão existindo, porque é um dos preços que pagamos pela tecnologia”, disse ela a repórteres.
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Esteban, que assumiu o comando do CNI em 2020 após anos de serviço como agente, compareceu na semana passada perante parlamentares no Congresso. No comitê, ele teria reconhecido que a agência de espionagem grampeou 18 líderes pró-independência, mas disse que o fez legalmente.
Esteban será substituído por Esperanza Casteleiro, vice-ministra da Defesa.Em abril, foi revelado que altos funcionários da União Europeia (UE) foram alvo do spyware em 2021, de acordo com um relatório da Reuters. Entre eles estavam o atual Comissário de Justiça Europeu Didier Reynders e ao menos quatro outros funcionários da comissão. Com agências de notícias internacionais.