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Certificado falso de vacina é vendido no Brasil por US$ 80

A falsificação de certificados se tornou uma “indústria” lucrativa que se expande rapidamente por diversos países, incluindo o Brasil
Da Redação
17/09/2021

O mercado ilegal de certificados falsos de vacinas tem se expandido por 29 países, nove dos quais são novos entrantes: Áustria, Brasil, Letônia, Lituânia, Malta, Portugal, Singapura, Tailândia, Emirados Árabes Unidos. A Check Point Research (CPR), divisão de inteligência em ameaças da Check Point Software, identificou um boom global no mercado ilegal de certificados falsos de vacinas contra a covid-19, que se utiliza do aplicativo Telegram para comercialização, após o anúncio do plano de vacinação obrigatória feita pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na semana passada. 

O preço do certificado falso de vacina no mercado global, incluindo os EUA, dobrou de US$ 100 para US$ 200, enquanto no Brasil o valor é de US$ 80. 

No dia 10 de agosto, a CPR verificou que havia cerca de mil vendedores no Telegram, sendo que agora o número é de 10 mil fornecedores oferecendo certificados falsos de vacina, o que representa um aumento na proporção de dez vezes. Também houve um aumento de 12 vezes mais no número de assinantes. 

No aplicativo Telegram, os vendedores que comercializam os certificados falsos de vacinas se organizam em grupos. Cada um dos grupos tem uma base de assinantes, indicativo de demanda. Antes do anúncio de Joe Biden, a equipe da CPR observou grupos com cerca de 25 mil assinantes. 

O anúncio do presidente dos Estados Unidos resultou em uma aceleração imediata no número de assinantes e seguidores, com alguns grupos chegando a atingir um máximo de 300 mil seguidores, um número que não havia sido visto anteriormente pelos pesquisadores.

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A CPR verificou ainda que os fornecedores inovaram nas técnicas de vendas usando bots que criam certificados no local. “Temos estudado o mercado ilegal de serviços fraudulentos envolvendo o tema do coronavírus durante todo este ano. Em janeiro, o mercado ilegal ocorreu principalmente na Darknet, onde era necessário um software especial para acessá-lo. Naquela época, o mercado provavelmente foi projetado para revendedores, pessoas que podem distribuir produtos falsificados em grandes quantidades dentro de áreas geográficas específicas. Nos últimos nove meses, testemunhamos uma consumerização em massa do mercado ilegal por uma macromudança desse mercado para o Telegram”, explica Oded Vanunu, líder de pesquisa de vulnerabilidades de produtos da Check Point Software. 

De acordo com Vanunu, o Telegram atrai os fornecedores por seu anonimato, alcance e escala. “Nossa expectativa é que o mercado ilegal de certificados falsos de vacinação contra o coronavírus continue a prosperar à medida que mais políticas que exigem comprovação de vacinas sejam implementadas”, conclui Vanunu. 

Recomendações para evitar fraudes

• Certificados de vacina não são vendidos pela internet. Qualquer pessoa que esteja se oferecendo para vender esse tipo de documento pela internet o está claramente fazendo de forma ilegal. 

• Cada país deve gerenciar internamente um repositório central de testes e pessoas vacinadas, que pode e deve ser compartilhado com segurança entre os órgãos autorizados dentro do país. 

• Todos os “passes verdes” e certificados de vacinação devem ser gerenciados e criptografados de forma segura pelos órgãos oficiais relevantes em cada país, bem como um código QR que pode ser lido para fins de autenticação. 

• Os países devem cooperar e compartilhar informações sobre esses dados e criar um repositório seguro com chaves de criptografia para permitir que as pessoas utilizem certificações legítimas e sejam capazes de detectar certificações falsas.

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