Israel atualizou ontem de 102 para 37 o número de países para os quais as empresas israelenses podem vender ferramentas de segurança cibernética. A nova lista inclui principalmente os países da Europa Ocidental, os EUA e o Canadá (veja a lista completa abaixo). O Brasil está fora da lista.
A lista atualizada não inclui países como Marrocos, México, Arábia Saudita ou Emirados Árabes Unidos, que segundo relatos estão entre os que adquiriram ferramentas cibernéticas ofensivas da empresa israelense NSO. A empresa não confirmou com quais países já fez negócios, mas informou que vendeu apenas para países aprovados pelo Ministério da Defesa.
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O governo saudita, por exemplo, foi acusado de usar o spyware Pegasus, desenvolvido pelo NSO Group, para espionar o jornalista Jamal Khashoggi, do Washington Post, morto no consulado da Arábia Saudita em Istambul em 2018. O governo mexicano também foi acusado de usar o Pegasus para espionar jornalistas e ativistas. No entanto, a Índia, que também foi acusada de abusar da tecnologia da NSO para espionar jornalistas, oposição política e ativistas, continua na lista.
O Grupo NSO tem enfrentado uma enxurrada de críticas internacionais com acusações de que ajuda os governos a espionar oponentes políticos e defensores dos direitos humanos. Porém, de acordo com a própria empresa, seu produto se destina exclusivamente a ajudar os países no combate ao crime e ao terrorismo. Algumas semanas atrás, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos colocou o Grupo NSO na lista negra, limitando seus laços com empresas americanas.
A Apple anunciou ontem que está processando o Grupo NSO por ataques a usuários do iPhone. Entre outras coisas, a empresa exigiu indenização do Grupo NSO pelos recursos gastos em resposta ao alegado abuso por parte do fabricante de spyware de seus produtos. Todas as compensações recebidas da Apple serão doadas a organizações que expõem esse spyware.
A Apple é a segunda grande empresa americana a processar o Grupo NSO. Em 2019, ela também foi processada pelo Facebook (agora Meta) por hackear o WhatsApp. No início deste mês, o Tribunal de Apelações dos EUA rejeitou o recurso do Grupo NSO.
A agência de classificação de crédito Moody divulgou indicadores esta semana indicando que o NSO Group corre o risco de atrasar pagamentos de US$ 500 milhões em meio a problemas de fluxo de caixa depois de ser incluído na lista negra do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Com agências de notícias internacionais