China lidera com 30% de todos os ataques ocorridos, seguida por Brasil, com 19%, e Egito, com 12%
Nos primeiros seis meses deste ano ocorreram 105 milhões de ataques contra dispositivos de internet das coisas (IoT) em todo o mundo vindos de 276 mil endereços exclusivos IP. Esse número é cerca de nove vezes maior do que o do primeiro semestre de 2018, período em que foram identificados por volta de 12 milhões de ataques originados em 69 mil endereços IP.
O levantamento da Kaspersky, feito com ajuda de honeypots da empresa (redes de dispositivos e aplicativos virtuais conectados à internet), mostrou ainda os países mais atacados, sendo que o Brasil concentra 19% deles.
Os ciberataques a dispositivos IoT estão se tornado frequentes. No entanto, mesmo que um número cada vez maior de pessoas e organizações comprem dispositivos ‘inteligentes’, como roteadores ou câmeras de segurança com gravação de vídeo, nem todas as pessoas consideram que vale a pena protegê-los. Dessa forma, os cibercriminosos encontram formas de explorar esses gadgets e ganhar dinheiro com isso, sendo a criação de redes de dispositivos IoT infectados para realizar ataques de negação de serviço (DDoS) ou como um retransmissor para campanhas maliciosas.
De acordo com os dados coletados, os ataques contra dispositivos IoT não são sofisticados, mas geralmente são imperceptíveis ao usuário. A família de malware Mirai, que está por trás de 39% dos ataques, utiliza exploits que usam vulnerabilidades não corrigidas nos sistemas para assumir o controle do dispositivo. Outra técnica usada é de ataques de força bruta envolvendo senhas, que é o método escolhido pela segunda família de malware mais disseminada da lista, a do Nyadrop.
O Nyadrop foi encontrado em 38,57% dos ataques e muitas vezes atua fazendo download do Mirai. Essa família apresenta-se como uma das ameaças mais ativas já há alguns anos. A terceira botnet mais comum a ameaçar dispositivos inteligentes é a Gafgyt, com 2,12%, que também usa ataques de força bruta. A pesquisa ainda localizou as regiões que foram atingidas com mais frequência no primeiro semestre deste ano. São elas: China, com 30% de todos os ataques ocorridos no país, Brasil, com 19%, e, em seguida, Egito, com 12%. No mesmo período do ano anterior, a situação era diferente; o Brasil liderava a lista com 28% dos ataques, a China estava em segundo lugar com 14% e o Japão vinha em seguida com 11%.