O Brasil registrou mais de 725 milhões de ataques de malware entre junho de 2023 e julho de 2024, segundo o relatório “Panorama de Ameaças da Kaspersky”. Esse número representa 63% de todas as detecções de malware na América Latina, um percentual impressionante que reforça a vulnerabilidade das empresas brasileiras frente a ciberameaças. Com uma média de 1,9 milhão de ataques diários e quase 2 mil por minuto, o país enfrenta desafios intensos em cibersegurança, mesmo com uma redução de 16% em relação ao período anterior.
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Setores críticos da economia, como indústria, governo e agricultura, foram os mais visados pelos ataques. A indústria lidera o ranking com 20,11% das tentativas, seguida de perto pelo setor governamental (18,06%) e o setor agrícola e florestal (16,93%). Com a digitalização e a automação desses segmentos, as empresas precisam estar cada vez mais preparadas para se defender de ataques que podem comprometer desde a produção industrial até a cadeia de abastecimento de alimentos.
O diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, Fabio Assolini, destacou a importância de reforçar a segurança nesses setores devido ao potencial de disrupção dos ataques. “Os cibercriminosos miram em dados e sistemas com alto potencial de impacto, por isso é fundamental que as empresas fortaleçam suas defesas, principalmente com a sofisticação crescente dos ataques”, disse Assolini, ressaltando a necessidade de investimentos contínuos em cibersegurança.
Entre as ameaças predominantes, adwares e trojans continuam sendo os tipos de malware mais comuns. Ferramentas de hacking como “HackTool.Win32.KMSAuto”, que permitem pirataria, também representam riscos significativos. O “Trojan-Downloader.PowerShell.Agent”, responsável por 27% das detecções no Brasil, se destacou por sua capacidade de explorar o PowerShell do Windows para baixar outros malwares, como ransomware e spyware, dificultando ainda mais sua detecção e eliminação.
Para mitigar esses riscos, a Kaspersky recomenda que empresas e usuários adotem práticas de segurança digital, incluindo a atualização constante de softwares, uso de soluções robustas de proteção e treinamentos de conscientização. Assolini alerta que a aparente queda nas estatísticas de ataques não deve ser vista com otimismo, pois pode indicar uma transição para ataques mais sofisticados e direcionados.