O Banco Pichincha, principal banco privado do Equador, comunicou ontem a existência de um incidente cibernético que suas equipes de segurança e TI estão mitigando, com a ajuda de fornecedores externos de produtos e serviços. Desde o último domingo dia 10 de outubro de 2021clientes do Banco Pichincha vinham se queixando de falhas nas operações. Muitos clientes relataram no Twitter que ontem, segunda-feira 11 de outubro de 2021, não havia como acessar os serviços. Vários clientes da instituição financeira relataram que há mais de 72 horas não conseguiam realizar transferências, transações e pagamentos com cartão pelos canais eletrônicos. Da mesma forma, os usuários no exterior também não têm conseguido acessar suas contas.
Desde fevereiro deste ano já havia a suspeita de que os sistemas do banco haviam sido invadidos: postagens feitas pelo pesquisador @Bank_Security no Twitter mostravam imagens obtidas em fóruns na dark web contendo dados capturados nesses ataques e outros indicadores de comprometimento tanto do banco quanto de áreas do governo equatoriano. Mensagens dos cibercriminosos mostraram uma massa de dados atribuída ao banco Pichincha.
Veja isso
Um banco e um ministério do Equador podem ter sido invadidos
‘Banco de Venezuela’ segue fora do ar após ataque
Por meio de comunicado, o banco explicou que se trata de um incidente em seu sistema. “Estamos trabalhando para solucioná-lo”, concluiu o comunicado oficial.No momento não há mais informações ou detalhes sobre o problema ou quando será resolvido. Para criar o caos, informações não verificadas sobre o incidente começaram a ser compartilhadas nas redes sociais. Por exemplo, as páginas do Facebook divulgam conteúdo supostamente do Diario equatoriano El Universo e no qual recomendam que os usuários de bancos retirem seu dinheiro.
O jornal negou a informação e garantiu que não publicou nada sobre ataques cibernéticos para roubo de dinheiro depositado de clientes.
O Banco Pichincha é considerado o maior banco privado do Equador, seja por valor de mercado seja por número de depositantes. É a principal empresa do Grupo Pichincha, grupo empresarial da família de Fidel Egas Grijalva, que inclui ainda o Diners Club do Equador, a corretora Picaval e a rede de mídia Teleamazonas, que inclui TV, rádios, portais na internet. O banco tem 1,8 milhão de clientes no Equador, US$ 4,5 bilhões em ativos e US$ 4 bilhões em depósitos, além de mais de 200 agências no país. O Banco Pichincha tem uma subsidiária no Peru, o Banco Financiero Perú, e na Colômbia, o Banco Pichincha (antes conhecido como “Inversora Pichincha” e “Banco del Pichincha”), e outra no Panamá, o Banco Pichincha Panamá. Também tem uma agência em Miami e oito escritórios de representação na Espanha, dos quais dois em Madrid, Barcelona, Murcia e Valencia.
Ontem o banco publicou este comunicado para os clientes:
Declaração oficial para nossos clientes
Nas últimas horas, identificamos um incidente de segurança cibernética em nossos sistemas de computador que desativou parcialmente nossos serviços. Tomamos medidas imediatas, como isolar sistemas potencialmente afetados do restante de nossa rede e convocar especialistas em segurança cibernética para auxiliar na investigação.
No momento, nossa rede de agências, caixas eletrônicos para saques e pagamentos com cartões de débito e crédito estão em funcionamento. Este incidente tecnológico não afeta o desempenho financeiro do banco. Reiteramos nosso compromisso de salvaguardar os interesses de nossos clientes e restabelecer o atendimento normal por meio de nossos canais digitais no menor tempo possível.
Pedimos calma para evitar a geração de congestionamentos e nos mantemos informados através dos canais oficiais do Banco Pichincha para evitar a disseminação de falsos boatos.
Quito, 11 de outubro de 2021
Antonio Acosta Santiago Berries
Presidente Gerente Geral
Com agências de notícias internacionais