Apesar das sérias consequências de violações de dados, aparentemente elas estão se tornando tão comuns, que seu impacto no desempenho das ações de uma empresa está se tornando cada vez menor. Em seu relatório anual publicado ontem, a Comparitech analisou os preços de fechamento das ações de 34 empresas, todas listadas na Bolsa de Nova York, a partir da véspera em que comunicaram ao mercado violações de dados. Todas resultaram em pelo menos um milhão de registros vazados, e algumas ultrapassaram 100 milhões, sendo que houve empresas violadas mais de uma vez. O total foi de 40 violações.
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O estudo revela que o preço da ação de uma empresa violada cai em média 3,5% nos 14 dias seguintes à divulgação, alcançando o ponto mais baixo cerca de 110 depois. Uma análise anterior, realizada em 2019, sugeria que os preços das ações cairiam em média 7,27%.
Uma tendência notável é que violações de 2012 para trás eram recebidas com reações negativas mais imediatas em Wall Street, diz o estudo: os preços das ações caíram mais, e levavam em média 109 dias para se recuperarem. Para violações de dados ocorridas entre 2013 e 2016, as quedas no preço das ações foram “menos graves” do que na categoria anterior e houve menos de 1% de diferença no valor entre os seis meses antes e depois da divulgação de um incidente de segurança.
Quando se trata de violações relatadas em 2017 e depois, demorou cerca de 100 dias para os preços se recuperarem e o desempenho geral foi apenas “ligeiramente pior” nos seis meses após a violação.
No mercado de hoje, as empresas de tecnologia e serviços financeiros foram as que mais sofreram após uma violação de dados, enquanto as empresas de e-commerce e mídia social são “as menos afetadas”, de acordo com a Comparitech.
“As violações que vazam informações altamente confidenciais, como números de cartão de crédito e previdência social, apresentam quedas mais imediatas no desempenho do preço das ações em média do que as empresas que vazam informações menos confidenciais, mas no longo prazo, elas não necessariamente sofrem mais”, observa a pesquisa .
Com agências internacionais