Depois da profusão de ataques ao setor de viagens e hospitalidade, os cibercriminosos agora estão redirecionando suas ações para o segmento de computação e TI. De acordo com uma nova pesquisa da Specops Software, quatro em cada cinco empresas desse setor (78%) registraram aumento das ameaças cibernéticas desde que a covid-19 tornou o trabalho em casa o novo normal. A porcentagem de empresas atacadas foi maior do que em qualquer outra área.
Em seguida, sem surpresa, aparece o setor de medicina e saúde. Sete em cada dez empresas desse segmento (73%) relataram um aumento das ameaças desde o início do isolamento social, com muitas delas sofrendo ataques sofisticados de malware nos últimos meses. Embora os hackers pareçam ter dado uma trégua aos ataques, o setor de saúde ainda está altamente vulnerável e preocupado com futuros ataques.
Curiosamente, 67% das empresas do setor de contabilidade, bancos e finanças experimentaram um enorme aumento das ameaças, tornando-se o terceiro mais visado por ataques cibernéticos durante o trabalho remoto.
Embora os ataques cibernéticos contra o setor de viagens e hospitalidade tenham aumentado desde o início da pandemia, o crescimento (31%) foi menor do que o registrado por qualquer outro setor.
As conclusões são resultado de uma pesquisa que ouviu 2.043 empresários de 11 setores diferentes para saber quantas ameaças ou tentativas de crimes cibernéticos haviam sofrido desde a mudança para o trabalho remoto.
Os pesquisadores descobriram que mais da metade das empresas (54%) relatou ter havido aumento de ataques cibernéticos enquanto os funcionários trabalhavam em casa. Apesar disso, pouco mais da metade (52%), em todos os setores, disse que estava avaliando se deveria abandonar ou não manter o trabalho remoto dos funcionários após a covid.
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Questionados sobre o tipo de ataque que mais aumentou, as empresas foram unânimes em apontar as tentativas de phishing. O ataque pelo qual quase todas disseram estar mais preocupadas foi o ransomware. Assim, 96% das empresas declararam estar preocupadas com ransomware, 74% apontaram o cryptojacking (malware que se oculta e rouba os recursos do computador do usuário a fim de minerar moedas virtuais) como a maior preocupação e 67% temiam phishing.
Apesar de 78% das empresas do setor de computação e TI relatarem que sofreram um aumento de ataques cibernéticos, 85% disseram que poderiam manter o trabalho remoto permanentemente. Por outro lado, apenas 23% das empresas do setor de viagens e hotelaria estavam pensando em tornar o trabalho em casa permanente. O mesmo ocorre com o setor de medicina e saúde, o segundo mais alvejado pelos hackers. Essa é uma das razões pelas quais apenas 32% das empresas desse setor consideram manter o trabalho remoto para os funcionários.
Embora estejam no topo da lista as mais visadas pelos hackers, as empresas do setor de contabilidade, bancos e finanças disseram confiar nos funcionários e no treinamento em segurança. Tanto que 58% dos executivos entrevistados consideram manter o trabalho remoto permanente para seus funcionários.