As equipes de TI enfrentaram um crescimento de três dígitos (105%) nos ataques de ransomware no ano passado, que chegaram a mais de 623 milhões globalmente, de acordo com a SonicWall, que acaba de publicar seu relatório de ameaças cibernéticas 2022, compilado com base a análise de 1 milhão de sensores de segurança que a empresa mantém em quase 215 países, bem como de fontes de terceiros.
Quase todas as ameaças monitoradas, incluindo malware de IoT (internet das coisas), ameaças criptografadas e cryptojacking (mineração de criptomoeda), aumentaram em 2021 em relação ao ano anterior. No entanto, o aumento do ransomware foi particularmente meteórico, atingindo 232% desde 2019, com detecções de quase 319 milhões em números de 2020. Juntamente com o aumento de 1.885% nos ataques a alvos governamentais, saúde (755%), educação (152%) e varejo (21%) também registraram aumento nas ameaças de ransomware.
A SonicWall disse que também identificou um total de 442.151 variantes de malware, número nunca visto em 2021 e que representou um aumento de 65% ano sobre ano, numa média de 1.211 por dia.
As ameaças criptografadas — ataques maliciosos ocultos no tráfego HTTPS — aumentaram 167% em 2020, chegando a 2,5 milhões no fim do ano. Já os ataques de criptojacking cresceram 19% globalmente para um recorde de 97,1 milhões, enquanto as detecções de malware IoT aumentaram 6%, para 60,1 milhões ao longo do ano, de acordo com a SonicWall.
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A fornecedora de produtos de segurança também notou impacto rápido e significativo da exploração do Log4Shell. Os operadores de ameaças registraram 142 milhões de tentativas de exploração entre 11 de dezembro e 31 de janeiro, totalizando 2,7 milhões por dia. De acordo com a SonicWall, essas tentativas já haviam ultrapassado a marca de 1 milhão em três dias após a divulgação pública.
O presidente e CEO da SonicWall, Bill Conner, disse que o aumento das ameaças também estimulou os defensores a aumentar sua resiliência. “As empresas fora da segurança cibernética dobraram seus esforços para combater o cibercrime. De meados de 2020 a 2021, o número de CEOs que disseram que os riscos de segurança cibernética eram a maior ameaça ao crescimento de curto prazo quase dobrou, e os conselhos corporativos estão cada vez mais formando comitês de segurança cibernética”, disse. “Isso se traduziu em aumento dos gastos globais com segurança cibernética, previstos para crescer 12,4% em 2021, duas vezes mais que em 2020.”
Relexos no Brasil
O CEO da SonicWall diz que ter informações seguras em um mundo sem limites é uma tarefa quase impossível. “Trata-se de um trabalho ingrato, principalmente porque as fronteiras das organizações estão se expandindo constantemente, aumentando o uso de endpoints e de redes sem limites”.
Essa realidade se reflete também no Brasil e na América Latina. “A acelerada digitalização da economia da nossa região aumentou, também, a superfície de ataques”, observa Arley Brogiato, diretor da SonicWall América Latina. O relatório revela que o Brasil, com mais de 33 milhões de tentativas de invasões, é o quarto país a mais sofrer ataques de ransomware. “Estamos atrás somente dos EUA, da Alemanha e do Reino Unido.”
Em 2020, o Brasil ficou em nono lugar nesse ranking, com 3,8 milhões ataques de ransomware. “O salto para a quarta posição ao longo de 2021 revela o altíssimo grau de vulnerabilidade do nosso país a esse tipo de tentativa de invasão”.
Nesse ranking estão inclusos outros países da América Latina. “Com mais de 11 milhões de hits, a Colômbia está em sétimo lugar; o México, alvo de sete milhões de ataques de ransomware, ficou na décima posição”.
O Brasil se destaca, também, como um grande alvo de Malware. Houve um crescimento de 61.144% nesse quesito. Em 2020, o Brasil sofreu 130.759.116 ataques desse tipo. Em 2021, essa marca subiu para 210.710.247 ataques de Malware. “Esses números revelam que o Brasil está constantemente sob ataque. Isso é feito por meio do uso de diferentes estratégias criminosas. Para vencer esse quadro, é necessário somar as mais avançadas soluções de segurança digital ao contínuo investimento na transformação da cultura das empresas”, diz Brogiato.
Notícia atualizada em 18/2/2021, às 11h27.