O Fourlis Group, operador de lojas IKEA na Grécia, Chipre, Bulgária e Romênia, sofreu um ataque cibernético que custou cerca de US$ 17 milhões, conforme divulgado recentemente em seu relatório financeiro. A ofensiva dos hackers ocorreu dois dias antes da Black Friday de 2024 e impactou diretamente o segmento de mobiliário do grupo, com interrupções nas operações das lojas IKEA, tanto físicas quanto online.
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A intrusão durou mais de duas semanas e causou falhas no sistema de gestão de clientes, além de paralisar temporariamente os canais de vendas digitais. Embora a empresa tenha conseguido restaurar totalmente seus sistemas até março de 2025, o prejuízo foi significativo: a queda nas vendas ultrapassou € 15 milhões. Ainda assim, o grupo afirma ter protegido os dados sensíveis e contido os danos operacionais com rapidez.
Segundo o CEO do Fourlis, a resposta foi eficaz e não houve pagamento de resgate. Em vez disso, a empresa optou por absorver o impacto financeiro e reforçar seu setor de TI. Essa decisão, porém, levanta dúvidas sobre o destino dos dados comprometidos, já que, em casos semelhantes, os invasores recorrem à divulgação dos dados para pressionar a vítima.
Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, o que levanta suspeitas sobre possíveis vazamentos futuros. O silêncio dos operadores de ransomware contrasta com incidentes anteriores envolvendo a marca: em 2022, a gangue Vice Society atacou as operações da IKEA no Kuwait e no Marrocos, publicando os dados roubados na dark web.
O caso do Fourlis Group reforça o alerta sobre os riscos crescentes enfrentados por grandes redes varejistas e destaca a necessidade de respostas rápidas e investimentos robustos em segurança digital, especialmente em períodos críticos como a Black Friday.