Todos os dados da conta-salário do presidente dos EUA Donald Trump foram expostos na última sexta-feira por uma das suas assessoras de imprensa: banco, agência, conta, número de roteamento, tudo. Num incidente típico de segurança da informação, a funcionária Kayleigh McEnany exibiu para a mídia o cheque do presidente, ao explicar para qual instituição ele havia decidido doar seu salário neste trimestre. Câmeras de alta-resolução capturaram instantaneamente todos os dados do documento.
Segundo ela, o cheque de US $ 100.000 está sendo doado por Trump ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, para “apoiar os esforços que estão sendo empreendidos para enfrentar, conter e combater o coronavírus”. Apenas para azedar mais o incidente, o banco emissor do cheque é o Capital One, segundo o jornal New York Times – banco que no ano passado sofreu um vazamento de 106 milhões de contas bancárias.
A assessoria de Trump reagiu mal à pergunta do Times sobre o cheque ser real ou apenas “cenográfico”, e respondeu que “hoje, o salário dele foi para ajudar a promover novas terapias para tratar esse vírus, mas deixemos para a mídia encontrar uma razão vergonhosa para não simplesmente relatar os fatos, concentrando-se em saber se o cheque é real ou não”.
As informações expostas podem ser usadas para sacar ou depositar dinheiro de uma conta, mas também podem ajudar a invadir uma conta. Especialistas disseram ao portal Slate que qualquer banco provavelmente teria proteções extras em torno de uma conta “de alto perfil”, mas que isso não significa que os detalhes particulares devam ser exibidos. “Essa é uma daquelas situações em que dar o exemplo é muito importante”, disse Eva Velasquez, presidente e diretora executiva do Identity Theft Resource Center. “É muito importante para uma pessoa comum entender que essa não é uma prática recomendada”.
Com agências internacionais