Empresas de tecnologia e finanças estão recorrendo ao FinOps para gerenciar os crescentes custos relacionados à adoção de software e infraestrutura em nuvem, conforme aponta um relatório da empresa Tangoe, especializada em gestão de custos de TI. Com a aceleração do uso da inteligência artificial (IA) e de aplicativos baseados em IA generativa, os gastos com nuvem dispararam, trazendo desafios adicionais para as equipes de TI e finanças, diz o estudo. A pesquisa, conduzida pela Vanson Bourne, entrevistou 500 profissionais responsáveis pelo gerenciamento de despesas de nuvem em empresas, revelando uma preocupação crescente com a falta de controle sobre esses custos.
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De acordo com o relatório, os custos de nuvem empresarial aumentaram, em média, 30% no último ano, com a IA e a IA generativa sendo citadas como os principais impulsionadores desse aumento. Quase três quartos dos entrevistados afirmaram que a explosão no uso da IA tornou as faturas de nuvem “incontroláveis”, destacando os “custos ocultos” e as faturas imprevisíveis como ameaças à sustentabilidade financeira. “Os custos ocultos da nuvem podem ser o assassino silencioso da GenAI”, afirmou Chris Ortbals, diretor de produtos da Tangoe.
A tendência de adoção de IA generativa tem sido incentivada por grandes fornecedores de serviços em nuvem, os chamados hiperescaladores, o que levou as empresas a adotar soluções híbridas para otimizar suas operações. No entanto, as exigências dessas novas tecnologias, como o uso de GPUs e TPUs, aumentaram o custo por unidade de processamento, intensificando a pressão sobre os orçamentos de TI. Mais de 90% dos entrevistados relataram aumento significativo nas contas de nuvem, impulsionado por essas ferramentas emergentes.
Para combater esses desafios, o FinOps tem se tornado uma prática essencial. A inclusão de serviços de IA e software no escopo do FinOps ganhou força, especialmente após a FinOps Foundation expandir seu foco para aplicativos SaaS em fevereiro deste ano. Segundo o relatório, cerca de um terço das empresas já integraram gerentes de ativos de TI aos esforços de FinOps para otimizar os custos crescentes de auditoria de software.
Outro ponto destacado no estudo é a questão da TI paralela, ou shadow IT, onde compras de software feitas fora do controle da TI representam mais de um terço dos custos com SaaS. Dois terços das empresas identificaram gastos desperdiçados em ferramentas de produtividade, muitas delas agora integradas com recursos de IA generativa, amplificando o desafio de controlar os custos. Ortbals alertou que a cobrança baseada no consumo facilita a expansão desses gastos não planejados, exigindo medidas mais rigorosas para gerenciar o orçamento de TI.