A Rússia foi responsável por um ataque cibernético em toda a Europa que ocorreu apenas uma hora antes do início da invasão da Ucrânia pelo Kremlin, de acordo com agências de inteligência ocidentais.
Novas informações divulgadas pela União Europeia, Reino Unido, EUA e outros aliados sugerem que hackers russos foram responsáveis pelo ataque distribuído de negação de serviço (DDoS) à empresa de telecomunicações Viasat na Ucrânia em 24 de fevereiro, mesmo dia em que a Rússia iniciou a invasão ao seu vizinho do leste europeu. Além de bloquear a internet para milhares de ucranianos, o incidente interrompeu parques eólicos e o acesso à rede mundial na Europa central.
A assessoria conjunta de inteligência dos países ocidentais acrescentou que acredita que o alvo principal eram os militares ucranianos. A Viasat confirmou anteriormente que “dezenas de milhares de terminais foram danificados, ficaram inoperantes e não podem ser reparados”.
“Esta é uma evidência clara e chocante de um ataque deliberado e malicioso da Rússia contra a Ucrânia, que teve consequências significativas para pessoas e empresas naquele país e em toda a Europa. Continuaremos a denunciar o comportamento maligno da Rússia e a agressão não provocada em terra, mar e no ciberespaço, e garantir que enfrente consequências graves”, comentou a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, à Infosecurity.
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Durante uma conferência de imprensa nesta terça-feira, 10, no CYBERUK 2022, principal evento de segurança cibernética do governo do Reino Unido, o diretor de operações do National Cyber Security Centre (NCSC), Paul Chichester, explicou por que a atribuição estava ocorrendo agora, dois meses e meio desde o incidente. “A forma como conduzimos as atribuições é orientada por processos; é muito importante para nós que acertemos”, destacou.
A inteligência também envolveu a colaboração com agências internacionais, como a União Europeia e a Five Eyes, o que aumentou o tempo necessário para divulgar essas informações.Acredita-se que a Rússia esteja por trás de vários incidentes cibernéticos que afetaram o governo e os serviços ucranianos antes e depois da invasão. Isso inclui a desfiguração de sites do governo ucraniano em janeiro, os ataques de malware limpador de dados na véspera da invasão em fevereiro e um ataque ao provedor nacional de telecomunicações da Ucrânia no final de março.