O mercado de aplicações de segurança (AppSec) deve crescer, em todo o planeta, de US$ 11,62 bilhões em 2024 para US$ 25,92 bilhões em 2029, segundo relatório da Mordor Intelligence. A brasileira Conviso, que já atua em 22 países, quer participar desse crescimento ampliando sua presença no Brasil e no exterior: a empresa projeta uma expansão de 150% em dois anos, con a meta de obter uma receita de R$ 50 milhões em 2024. Entre 2019 e 2023, a empresa informou ao CISO Advisor que cresceu 60%.
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Com sede em Curitiba, a Conviso foi fundada em 2008. Em 2022, passou por um reposicionamento no mercado, fortalecendo sua atuação como uma empresa SaaS focada em desenvolvedores. Ou seja, os produtos são criados para auxiliar a rotina de profissionais de desenvolvimento de sistemas, especialmente no que se refere à segurança.
Assim, a Conviso desenvolve e fornece soluções de segurança de aplicações – isto é, pensar em segurança logo no início do desenvolvimento para evitar vulnerabilidade de sistemas e a ataques cibernéticos. O portfólio de clientes inclui players dos mais variados setores com forte presença no setor financeiro, grandes e-commerces de todo o mundo e telecom.
A Conviso Platform é o produto carro-chefe. Além da solução e dos serviços prestados, a empresa atua no sentido de criar uma “cultura da segurança”, conforme explica o CEO da Conviso, Wagner Elias (Foto). “São projetos, consultorias e treinamentos, combinados à nossa plataforma, que já impactaram e conscientizaram quase 47 mil pessoas”, sublinha o executivo.
“Para essa missão”, continua Elias, “reunimos desenvolvedores que conhecem muito bem os desafios de incluir segurança em uma rotina de DevOps e criamos uma plataforma de devs para devs [de desenvolvedores para desenvolvedores]”. A Conviso conta com um time de 65 colaboradores distribuídos em 38 cidades do Brasil e do mundo.
Quando do seu reposicionamento, em 2022, a Conviso elaborou uma pesquisa, denominada “O Cenário do Mercado Brasil de AppSec”. Para o levantamento, foram consultados 100 representantes de empresas brasileiras de diversas atividades econômicas, para averiguar como a segurança de aplicações é entendida pelas organizações e identificar gargalos, desafios e potenciais.
Chamou a atenção o fato de que, para 90% dos consultados, a segurança das aplicações deve ser de responsabilidade de todos em uma organização – e não apenas da área de TI, por exemplo. “Foi o dado mais importante e vai ao encontro do propósito da Conviso, que é o de, por meio de produtos, serviços, treinamentos, consultorias, criar nas corporações a cultura da segurança”, destaca o CEO.
Outro indicador mostra que, na prática, as organizações têm se preocupado com a segurança de aplicações. Quase 60% dos entrevistados (59,8%) disseram que em suas empresas há orçamento específico para a área. Em levantamento semelhante, de 2020, esse percentual era de 50%. “Além disso, quase metade (48,5%) afirmou ter expectativa de que esse orçamento anual cresceria”, informa Elias.
O CEO acrescenta: “Em 2020, apenas 12,5% dos entrevistados entendiam que seus times de desenvolvimento possuíam conhecimento satisfatório de segurança de aplicação. No levantamento de 2022, 18,2% entendem que sim, e 54,5% relataram ver esforços em melhorias neste sentido nos últimos anos”.
Todos esses indicadores reforçam a constatação de que há uma demanda, pelas organizações, por soluções em AppSec. “Além da dor de cabeça e dos impactos financeiros e econômicos, um ataque a aplicações pode desencadear uma crise na empresa, manchar a imagem e a reputação da corporação”, adverte Elias.
Além disso, continua, legislações como a Lei Geral de Proteção de Dados tornam o cuidado com a segurança cibernética e de sistemas uma obrigatoriedade. Todavia, para o CEO da Conviso, para além desse compromisso legal, investir em AppSec é assumir boas práticas. “Investimentos em AppSec devem ocorrer não só por conformidade legal, mas por um compromisso ético da organização”, defende.