Polônia, Irlanda e os três estados bálticos (Estônia, Latvia e Lituânia) vão pedir que a União Europeia reaja com novas sanções à decisão da Rússia de convocar mais 300 mil cidadãos para a guerra contra a Ucrânia: entre outras providências, eles pretendem pedir a proibição, em toda a UE, do uso da tecnologia desenvolvida pela empresa de segurança cibernética Kaspersky Lab segundo noticiado pela Euronews. A notícia surge poucos dias apos a Kaspersky ter anunciado a abertura de dois novos centros de transparência, na Itália e na Holanda, oferecendo aos clientes e parceiros uma visão geral das práticas de engenharia e processamento de dados da empresa.
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Fundada em 1997, a Kaspersky tem sua holding domiciliada no Reino Unido e atualmente mais de 400 milhões de usuários além de 240.000 organizações
Desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia, a comunidade europeia já publicou seis séries de sanções, além de medidas complementares para aprimorar a eficiência e ampliar o escopo dessas mesmas sanções. A Comissão Europeia informou que o próximo pacote se concentrará na tecnologia civil, sem fornecer mais detalhes.
Os cinco países reunidos querem também que o Gazprombank, o banco que intermedia os pagamentos do gás russo vendido pela empresa estatal Gazprom para a Europa, seja expulso do SWIFT, o sistema internacional de transferência online de fundos. Como vários países da Europa Oriental e Central continuam altamente dependentes do gás vindo da Rússia, o Gazprombank foi até agora poupado da lista negra do SWIFT.
O documento também propõe a proibição de empresas da UE fornecerem qualquer tipo de serviço de seguro para o governo russo, suas agências e empresas. A medida prevê uma isenção se o risco segurado estiver localizado em território da UE ou se estiver relacionado com missões diplomáticas. Em tecnologia, os cinco países apresentaram uma longa lista de produtos e serviços cujo comércio deveria ser proibido ou fortemente restringido, como a exportação de smartphones, câmeras, projetores, lasers, aparelhos de rádio, lentes e prismas fabricados na UE, além de software de computador, manutenção de hardware, serviços de hospedagem na web e sistemas de segurança cibernética.
A filial brasileira da Kaspersky enviou ao CISO Advisor o seguinte posicionamento da empresa: “A Kaspersky está ciente das discussões na União Europeia sobre um novo pacote de sanções – que incluem os relatórios na Polônia, Estados Bálticos e Irlanda que propõem o banimento da empresa na região. Na Europa, a Kaspersky tem entidades legais em 13 países, realiza pesquisas e desenvolvimentos, mantem centenas de trabalhos qualificados e pagas todos os impostos, contribuições previdenciárias e salários. A Kaspersky contribui ainda para a segurança cibernética e a resiliência cibernética europeia e no mundo com ampla experiência e soluções, serviços e produtos líderes de mercado. Além disso, a empresa atribui grande importância à transparência e à conduta ética e responsável.
As sanções da UE visam minimizar os efeitos adversos sobre aqueles que não são responsáveis pelas políticas ou ações que levaram à imposição de sanções. Em particular, a UE procura minimizar o impacto sobre seus civis ou às atividades legítimas no país afetado. Quaisquer medidas restritivas impostas pela UE estão plenamente em conformidade com as suas obrigações sob o direito internacional, nomeadamente as relacionadas com os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Por causa disso, a Kaspersky está convencida de que a UE não tomará nenhuma sanção contra uma empresa global de segurança cibernética responsável e sem vínculos questionáveis com o estado russo.
A Kaspersky convida todos os governos ou partes interessadas a avaliar suas práticas comerciais e políticas éticas ou esclarecer quaisquer possíveis preocupações relacionadas aos produtos, serviços e operações da Kaspersky. A empresa demonstra seu compromisso contínuo em garantir a integridade e confiabilidade de seus produtos, serviços e operações por meio de sua Iniciativa Global de Transparência“.