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fraude no comércio eletrônico

4,3 milhões de tentativas de fraude contra e-commerce no primeiro semestre

Num total de 123 milhões de pedidos feitos pelos brasileiros em lojas de comércio eletrônico no primeiro semestre de 2020, cerca de 4,3 milhões continham dados falsos – foram tentativas de fraude contra as lojas, segundo a empresa Konduto, especializada em estratégias antifraude para esse tipo de comércio. O total equivale a 3,49% dos pedidos, bem mais alto do total de janeiro, por exemplo, que foi de 2,78%. Os dados, colhidos na análise dos mais de 123 milhões de pedidos que passaram pelos sistemas da empresa de 1 de janeiro a 30 de junho, tiveram origem nas transações de mais de 4 mil lojas virtuais de todos os segmentos.

Houve no primeiro semestre uma elevação significativa das tentativas de fraude, tanto em quantidade quanto em valor: o ticket médio dos fraudadores ficou em 641 reais, enquanto o ticket médio dos compradores legítimos foi de R$ 302,22.

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O mês de março, quando muitos consumidores e varejistas migraram para o on-line, registrou a maior taxa de tentativas de fraude, com 3,99%. No início do ano, o total de fevereiro ficou em 3,05%. De março para abril, o índice passou de 3,99% para 2,85%. No entanto, nos meses seguintes, houve um novo aumento significativo, sendo 3,59% em maio e 3,89% em junho.

“Pudemos notar que os criminosos cibernéticos tentaram lucrar com a pandemia desde que a crise começou, aplicando diferentes tipos de golpes, como phishing, engenharia social e invasão de contas. Um dos objetivos é coletar dados para agir de forma fraudulenta, e isso inclui as compras no e-commerce. O valor das compras ilegítimas acaba sendo maior porque os fraudadores visam principalmente produtos de alto valor agregado e poder de revenda”, afirma Tom Canabarro, CEO e cofundador da Konduto.

O estudo também fez um comparativo entre o período pré e pós-pandemia. Ele levou em consideração o número de pedidos do e-commerce, as tentativas de fraude e o ticket médio entre 1 de janeiro e 15 de março como pré-pandemia, 16 de março a 9 de junho como quarentena, e a partir de 10 de junho até 31 de julho como a reabertura do comércio. O número de pedidos realizados entre 16 de março a 9 de junho teve um aumento de 90,74% em comparação com o pré-pandemia. Além disso, o volume de compras on-line quando o isolamento social foi flexibilizado em muitas regiões ainda é quase 105% maior do que nos primeiros meses do ano.

Já a taxa de tentativas de fraude também aumentou quase 15% se comparados os períodos pré-pandemia com a reabertura. Antes da Covid-19, o índice ficou em 3,30%. No período de reabertura, já estava em 3,75%. “Este número segue acima da média, o que é preocupante, uma vez que essa taxa pode causar prejuízos financeiros, danos à reputação e outros problemas para o e-commerce. Por outro lado, a expansão foi menor do que a registrada nos pedidos legítimos desde que a crise começou”, comenta Canabarro.

Ainda de acordo com o estudo, o ticket médio das compras no varejo online pré-pandemia era de R﹩ 349,88, passou para R﹩ 277,98 na quarentena e posteriormente subiu para R﹩ 307,57. Quanto aos pedidos fraudulentos, o valor foi de R﹩ 770,23 entre 1 de janeiro e 15 e março, R﹩ 573,49 na quarentena e R﹩ 656,81 na reabertura.

Por fim, o levantamento da Konduto traz também um panorama geral do e-commerce brasileiro no primeiro semestre. Em fevereiro, o setor teve queda de 1,18% no número de pedidos em relação ao mês anterior. Já e em março, com os primeiros efeitos da pandemia no Brasil, veio um avanço de mais de 22,11%, se comparado ao mês anterior. Em abril, o e-commerce apresentou 49,73% a mais de vendas do que março, enquanto maio registrou um crescimento de 36,25% em relação a abril. Só em junho que houve a primeira queda em comparação ao mês anterior (de 10,85%), o que coincidiu com a reabertura do comércio físico e a flexibilização da quarentena em algumas regiões. Ainda assim, o aumento do e-commerce em junho quando comparado a janeiro é de 119,45%.

“Mesmo diante de um cenário de incertezas, o comércio eletrônico conseguiu se adaptar ao volume maior de pedidos e manter o ritmo de crescimento em meio à crise do novo coronavírus. Para o segundo semestre, o e-commerce deve se preparar para continuar atendendo a uma alta demanda, já que muitos consumidores adotaram de vez as compras on-line e, além disso, teremos duas das principais datas sazonais para o setor: Black Friday e Natal”, finaliza Canabarro.