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4 previsões do Gartner que os CIOs devem estar atentos

Empresas devem repensar os modelos operacionais de negócios e se preparar para ameaças externas, desde violações de privacidade a ataques cibernéticos
Da Redação
21/10/2021

Com as incertezas geradas pela pandemia, que ainda está longe de encerrar seu ciclo, e a tendência de boa parte das empresas continuarem a operar de forma remota ou híbrida, os ataques cibernéticos também devem continuar sua saga ou até mesmo a aumentar. Por isso, este é o momento de as organizações repensarem seus modelos operacionais de negócios e se prepararem para enfrentar as ameaças externas, desde violações de privacidade a ataques de ransomware.

O Gartner apresentou uma série de previsões durante o Gartner IT Symposium/Xpo, que acontece de forma virtual e se encerra nesta quinta-feira, 21. De todos os prognósticos feitos pela empresa de pesquisas e consultoria, quatro são centrais para as operações de tecnologia de negócios, desde novas estruturas de relatórios até as ameaças externas de negócios. A seguir, listamos os quatro pontos nos quais os CIOs devem se concentrar nos próximos anos:

Força de trabalho autodirigida

A pandemia impôs novos modelos operacionais em que o trabalho remoto foi a saída encontrada pelas empresas para não paralisar suas atividades. Agora com a disseminação da covid-19 mais controlada, mesmo quando for seguro retornar às operações presenciais, adotar uma combinação de trabalho presencial e remoto parece mais provável, embora o trabalho híbrido não funcione em todos os lugares.

As empresas precisam se lembrar, “novos estilos de trabalho e fontes de talento vão expandir a resiliência ao nosso redor”, destacou Daryl Plummer, vice-presidente de pesquisas do Gartner, em sua apresentação feita na terça-feira, 19. Ele observou que o local onde as empresas operam também mudou a forma como as decisões são tomadas. “Devido à natureza autodirigida e à operação híbrida, o trabalho está se tornando muito mais remoto, as equipes estão ficando muito mais autônomas, ou seja, independentes. Elas podem trabalhar por conta própria e a ideia de um chefe [onipresente] está se tornando menos útil”, disse Plummer.

Isso dá origem à previsão do Gartner de que dentro de três anos, 30% das equipes corporativas não terão um chefe, graças à autodireção e às operações híbridas. Isso não quer dizer, salienta Plummer, que o papel do chefe seja obsoleto. “Em vez disso, mais equipes estão criando de forma independente instruções táticas de como operar.” Segundo ele, os chefes podem então se transformar em especialistas em desenvolvimento de carreira e orientar os indivíduos sobre como trabalhar em equipe. Isso também permite que os líderes concentrem a atenção em questões mais complexas.

Aceitação do modelo modular

Em 2022, um dos principais focos e princípios para os CIOs será a composição, ou seja, a criação de blocos de operações de negócios para facilitar a inovação e uma resposta rápida. A pesquisa também destaca esse conceito nas previsões, enfatizando que a capacidade de composição pode ajudar as empresas a navegarem de maneira mais segura diante da volatilidade do mercado e na pandemia.

O Gartner projeta que até 2024 quatro em cada cinco CIOs irão apostar no redesenho modular de negócios como um dos cinco principais motivos para a aceleração do desempenho dos negócios. Os CIOs dizem que querem ser mais ágeis e capazes de mudar, reagindo no momento certo, de acordo com Plummer. “Isso requer um design modular.”

Segundo ele, o CIO precisa ser capaz de permitir que as equipes trabalhem de forma autônoma e conseguir orquestrar o comportamento das equipes de maneiras diferentes.” “O executivo de TI também pode gerenciar e reduzir os riscos tendo redundâncias embutidas nos sistemas trocando um conjunto de processos ou unidades de negócios por outro”, disse Plummer.

Técnicas de dados para evitar violações de privacidade

A coleta e venda de dados pessoais é um negócio bastante ativo, que inspirou uma série de regulamentações destinadas a proteger os consumidores. Embora as agências reguladoras sejam lentas para agir, algumas pessoas e empresas são motivadas de forma independente a controlar quais dados são fornecidos e como são usados. O Gartner espera que até 2024, 40% dos consumidores ocultem ou “desvalorizem” intencionalmente os dados pessoais para enganar as métricas de rastreamento. Isso inclui inserir dados falsos em um formulário.

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A necessidade de garantir a privacidade pessoal deve levar as empresas a repensarem quais dados podem e devem usar. Isso requer o emprego de ferramentas de geração de dados sintéticos, uma técnica em que simulações ou algoritmos geram dados artificiais como uma alternativa aos dados reais. Ou seja, os dados são criados em “mundos” digitais em vez de coletados ou medidos no mundo real.

A inteligência artificial (IA) analisa “um grande número de pontos de dados, dados anônimos, em muitos cenários complexos e, frequentemente, [modelos] de efeitos diferentes”, disse Plummer. “Esse conjunto de dados pode criar cenários e padrões de comportamento que não exigem que olhemos para qualquer informação dada.”

O Gartner prevê que até 2025 as empresas evitarão 70% das penalidades por violação de privacidade, complementando a coleta de dados pessoais com dados sintéticos.

Para o CIO, o imperativo é olhar para os dados sintéticos como um meio de reduzir o custo total dos dados e complementar o tempo para chegar a uma solução de IA, porque os dados sintéticos chegarão mais rápido.

Também há um caso de negócios para repensar a privacidade. A pesquisa encontrou uma correlação direta entre os investimentos em privacidade e a capacidade de mitigar as perdas de segurança.

Ataque cibernético no pior cenário

Conforme forem aumentando os incidentes cibernéticos, a segurança vai piorar antes de melhorar. Os relatórios do Cybersecurity Dive mostram o ritmo constante dos ataques cibernéticos que estão interrompendo as operações de negócios. No primeiro semestre, o valor das transações relacionadas a ransomware ultrapassou o total do ano passado.

Existe o risco de que os ataques cibernéticos possam provocar respostas de governos mais intensas. Em 2024, o Gartner prevê que um ataque cibernético causará tantos danos à infraestrutura crítica que um membro do G20 usará um ataque físico para retribuir. “Provavelmente já aconteceu, só não foi declarado como tal e não foi feito em grande escala ou com países maiores do mundo de forma regular”, disse Plummer. “Estamos dizendo que isso vai piorar.”

É uma análise do pior cenário, mas que se mantém na ordem do dia após um ano em que os Estados Unidos foram alvos de inúmeros ataques a infraestruturas críticas, impedindo diretamente o fluxo de mercadorias, de gás a alimentos. Agora, as agências de inteligência também estão alertando sobre ataques que visam infraestrutura de água e esgoto.

“A realidade é a seguinte: os ataques cibernéticos estão aumentando, o impacto de cada ataque está crescendo, piorando a cada vez e a infraestrutura crítica é o que está sendo visada”, disse Plummer.

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